A Livraria Buchhölz voltou, hoje, a abrir as portas no famoso nº4 da Rua Duque de Palmela
Leio na Agência Lusa:
A histórica livraria lisboeta Buchholz reabriu hoje ao fim da tarde com um concerto de jazz de Maria Viana, livros com dez por cento de desconto e uma programação com lançamentos, sessões de poesia, exposições e conversas com escritores.
Na sessão de inauguração, não houve discursos, apenas passadeira vermelha para receber os convidados, junto à porta do n.º4 da Rua Duque de Palmela, ladeada por duas raparigas empunhando tochas - o símbolo da Coimbra Editora que, numa parceria com o grupo editorial LeYa, investiu na renovação da livraria de três pisos, fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz, que agora assumirá a designação de LeYa na Buchholz (e é a segunda loja da LeYa, depois de um acordo semelhante ter dado origem à livraria LeYa na Barata, na Avenida de Roma).
O acordo firmado pela LeYa com a CE Livrarias (a rede de retalho da Coimbra Editora), que inclui as 17 lojas daquele grupo - oito livrarias generalistas, oito universitárias e uma livraria online, distribuídas entre Lisboa, Porto e Coimbra - "visa a dinamização cultural e comercial desta rede e constitui, para a LeYa, um passo importante no sentido de colaborar na dinamização do comércio tradicional do setor livreiro".
A Livraria Buchholz era uma das mais emblemáticas livrarias de Lisboa e fechou portas por insolvência em Abril do ano passado. Ao que sei, o plano de «dinamização cultural» previsto no acordo entre o Grupo Leya e a Coimbra Editora prevê o regresso de conversas com escritores, concertos, lançamentos de livros e exposições, ao espaço que chegou à capital pela mão de Karl Buchhölz, um livreiro fugido de Berlim e da fúria incendiária de Hitler em relação às obras literárias proscritas durante a II Guerra Mundial.
Uma última boa nova: a campanha de 10 % de desconto vai durar até ao Verão.
(...)
Revirando as gavetas de recortes encontrei esta nota, na época muito triste, divulgada numa fase em que a Buchhölz já iniciara a travessia do deserto e se começava a temer pela sua sobrevivência.
Foi-me enviada a 12 de Janeiro de 2005 e por trás rabisquei a lápis: Associação Portuguesa de Consumidores dos Media.
Resgato-a aqui no Conexão porque fala um bocadinho da Livraria e da sua história e pode ajudar quem não a conheceu a ter uma ideia do tipo de espaço de que falamos.
A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural
encontra-se em situação de pré-falência. Agradece-se a todos quantos a
frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando. Comprar um livro que não
se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados.
A Buchholz é uma livraria com história.
Foi fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz, que deixou Berlim depois
da sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos.
A actividade de Buchholz era incompatível com o regime de Berlim, nomeadamente a
venda de autores considerados proscritos, como Thomas Mann.
No entanto, a relação de Buchholz com o regime era algo dúbia pois tanto
compactuava em manobras de propaganda alemã como salvava da fogueira obras de
Picasso e Braque,condenadas pela fúria nazi.
No início, a livraria estava situada em Lisboa na Av. da Liberdade e só em 1965
se instalou na R. Duque de Palmela.
O interior foi projectado pelo próprio livreiro ao estilo das livrarias da sua
terra natal. O espaço estende-se por três andares unidos por uma escada de
caracol, com recantos e sofás que proporcionam uma intimidade dos leitores com
os livros.
A madeira das escadas, chão e estantes torna o espaço acolhedor e agradável.
Durante os anos 60, a tertúlia artística lisboeta - entre eles, Escada, Noronha
da Costa, Eduardo Nery e Malangatana - passou pela cave da Buchholz, que
funcionou como galeria até 1974.
Hoje, a galeria continua a ser uma referência cultural com um público fiel que
preza o espaço de convívio que a livraria sugere. A selecção dos títulos é vasta
e inclui várias áreas: artes, ciência, humanidades, literatura portuguesa e
estrangeira, livros técnicos e infantis, na cave funciona uma secção de música
clássica e etnográfica. Apesar de não ser especializada em nenhuma área, a
secção dedicada à ciência política é frequentada por muitos políticos da nossa
praça.
A Buchholz acolhe ainda eventos especiais como lançamentos de livros, sessões de
leitura, e o "Domingo Especial" que são os saldos anuais da livraria, uma vez
por ano, no último domingo de Novembro.
Na Buchholz on-line pode percorrer as estantes da livraria sem sair de casa e
ainda encomendar livros nacionais e alguns estrangeiros.
Telefone: 213170580
Local: Lisboa, R. Duque de Palmela, 4
Horário: Segunda a sábado das 09h00 às 18h00 (encerra sáb. às 13h).
Site: http://www.buchholz.pt
Lisboa: Nova Livraria Buchholz abre 5ªfeira no Chiado
2008-12-10
Lisboa, 10 Dez (Lusa) - A Livraria Buchholz vai abrir quinta-feira a sua segunda loja em Lisboa, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, no Chiado, numa sessão marcada para as 19:00 que contará com a presença do ministro da Cultura.
"A abertura da Buchholz Chiado, sobretudo depois do fecho da Byblos, mostra que os livros não estão na miséria, que se pode criar um novo espaço e dar um novo ânimo - é um sinal do nosso empenho e da nossa confiança no sector livreiro e na cultura em geral", disse hoje à Lusa Karen Sousa Ferreira, sócia maioritária da Buhholz Livreiros.
Segundo a responsável, a Livraria Buchholz "teve a sorte de encontrar a Fundação Agostinho Fernandes, que se interessou e que tem um projecto muito interessante, que inclui duas editoras - a Sá da Costa e a Portugália - e juntou a isso a livraria Sá da Costa e a livraria Buchholz, na Duque de Palmela".
Daí - explicou - "surgiu a ideia de, visto que a nossa zona da Duque de Palmela é uma zona onde as pessoas já se acostumaram a ir mas, por outro lado, não tem muito público de passagem, e como a zona do Chiado está muito concorrida, de momento, e a Sá da Costa está ali ao pé, aproveitar um espaço que era um antigo armazém da Sá da Costa para instalar ali então uma Buchholz Chiado".
"O espaço é muito bonito, é mais ou menos do tamanho de um andar da livraria da Duque de Palmela, tem uma abóbada muito bonita, tem o chão de lajes de pedra e vai tentar transmitir mais ou menos o mesmo ambiente que a outra Buchholz também tinha e vai ter a mesma característica no sentido de escolher os livros que tem e ter livros importados de todo o lado".
Além da mesma política de ter livros importados, "porque livros franceses e ingleses há relativamente poucos no mercado e esse era um nicho da livraria Buchholz da Duque de Palmela que vai ser mantido na nova livraria", Karen Sousa Ferreira indicou também que "há umas ideias de fazer um espaço de café, mas ainda não está bem esboçado".
"Por outro lado - argumentou - o primeiro andar da livraria Sá da Costa vai ser todo posto à disposição de tertúlias, lançamentos, seja o que for de eventos culturais que se queira fazer e a Buchholz Chiado pode aproveitar a proximidade da Sá da Costa e utilizar o seu espaço só para vender livros".
Na Buchholz da Duque de Palmela prosseguiram, já depois da compra pela Fundação Agostinho Fernandes, as actividades normais, incluindo alguns lançamentos de livros infantis, eventos que - garante Karen Sousa Ferreira - continuarão a realizar-se, tal como outros eventos culturais, "embora talvez a um ritmo mais brando".
Na quinta-feira, pelas 19:00, será apresentada na nova Buchholz Chiado a edição especial, numerada e assinada, "Sete Retratos & Sete Poemas" para Fernando Pessoa, uma obra comemorativa dos 120 anos do nascimento do escritor e que inclui também sete livros da sua autoria.
fonte: Agência Lusa via JN
"A abertura da Buchholz Chiado, sobretudo depois do fecho da Byblos, mostra que os livros não estão na miséria, que se pode criar um novo espaço e dar um novo ânimo - é um sinal do nosso empenho e da nossa confiança no sector livreiro e na cultura em geral", disse hoje à Lusa Karen Sousa Ferreira, sócia maioritária da Buhholz Livreiros.
Segundo a responsável, a Livraria Buchholz "teve a sorte de encontrar a Fundação Agostinho Fernandes, que se interessou e que tem um projecto muito interessante, que inclui duas editoras - a Sá da Costa e a Portugália - e juntou a isso a livraria Sá da Costa e a livraria Buchholz, na Duque de Palmela".
Daí - explicou - "surgiu a ideia de, visto que a nossa zona da Duque de Palmela é uma zona onde as pessoas já se acostumaram a ir mas, por outro lado, não tem muito público de passagem, e como a zona do Chiado está muito concorrida, de momento, e a Sá da Costa está ali ao pé, aproveitar um espaço que era um antigo armazém da Sá da Costa para instalar ali então uma Buchholz Chiado".
"O espaço é muito bonito, é mais ou menos do tamanho de um andar da livraria da Duque de Palmela, tem uma abóbada muito bonita, tem o chão de lajes de pedra e vai tentar transmitir mais ou menos o mesmo ambiente que a outra Buchholz também tinha e vai ter a mesma característica no sentido de escolher os livros que tem e ter livros importados de todo o lado".
Além da mesma política de ter livros importados, "porque livros franceses e ingleses há relativamente poucos no mercado e esse era um nicho da livraria Buchholz da Duque de Palmela que vai ser mantido na nova livraria", Karen Sousa Ferreira indicou também que "há umas ideias de fazer um espaço de café, mas ainda não está bem esboçado".
"Por outro lado - argumentou - o primeiro andar da livraria Sá da Costa vai ser todo posto à disposição de tertúlias, lançamentos, seja o que for de eventos culturais que se queira fazer e a Buchholz Chiado pode aproveitar a proximidade da Sá da Costa e utilizar o seu espaço só para vender livros".
Na Buchholz da Duque de Palmela prosseguiram, já depois da compra pela Fundação Agostinho Fernandes, as actividades normais, incluindo alguns lançamentos de livros infantis, eventos que - garante Karen Sousa Ferreira - continuarão a realizar-se, tal como outros eventos culturais, "embora talvez a um ritmo mais brando".
Na quinta-feira, pelas 19:00, será apresentada na nova Buchholz Chiado a edição especial, numerada e assinada, "Sete Retratos & Sete Poemas" para Fernando Pessoa, uma obra comemorativa dos 120 anos do nascimento do escritor e que inclui também sete livros da sua autoria.
fonte: Agência Lusa via JN


