Morreu o cineasta francês Chris Marker (1921-2012)
O cineasta, fotógrafo e escritor Chris Marker morreu no domingo, anunciou esta segunda-feira Gilles Jacob, presidente do Festival de Cannes no seu Twitter. O realizador de “La Jetée” (1962) e “Sans Soleil” (1983) tinha 91 anos.
«A ternura, é o intelecto, a compreensão, qualquer coisa infinita, severa e delicada como uma sensação da mão que descobre as células nervosas. É uma das coisas mais belas, das mais profundas. É a única razão da minha vida, esperança da minha vida, e poderíamos morrer por isso.»
– Chris Marker, 'Mystére Koumiko' (1965)
Cineasta, fotógrafo, poeta, escritor, filósofo, crítico, Chris Marker foi “sobretudo um artista”, como escreve o jornal francês L’Express, destacando as várias áreas nas quais o realizador se aventurou, quase sempre com grande sucesso.
“Espírito curioso, cineasta incansável, poeta apaixonado por gatos, videasta, personagem secreta, imenso talento, ficámos órfãos de Chris Marker”, foi assim que Jacob, presidente daquele que é considerado o festival de cinema mais importante do mundo, lembrou o cineasta no seu Twitter.
Considerada uma das figuras mais secretas do cinema mundial, Chris Marker, que mantinha uma relação distante com a imprensa, não se deixando fotografar, começou a filmar na década de 1950 com “Olympia 52”, um documentário sobre Jogos Olímpicos de Inverno de Oslo de 1952, logo após a Segunda Guerra Mundial, durante a qual o realizador combateu do lado da resistência.
Segundo o Libération, existe menos de uma dezena de fotografias de Marker, que raramente falava com a imprensa. Ao longo da sua carreira foram muito poucas as entrevistas que deu. A sua paixão por gatos era tão grande que sempre que alguém lhe pedia uma foto, o realizador enviava uma foto de um gato.
Nascido a 29 de Julho de 1921 com o nome Christian François Bouche Villeneuve, foi como Chris Marker, que o cineasta se tornou num dos nomes mais importantes do cinema mundial, sendo hoje considerado uma figura fundamental para o desenvolvimento da linguagem documental, partilhando a sua visão do mundo através das suas viagens, como refere o L’Express.
Da sua filmografia destacam-se “La Jetée” (1962), filme emblemático, que inspirou realizadores como Mamoru Oshii ou Terry Gilliam, e “Sans Soleil” (1983), baseado nas cartas de Sandor Krasna e construído como uma travessia do olhar pelo mundo, em que a realidade é evocada através da palavra.
Reflectindo o seu interesse pela cultura digital desde a década de 90, Marker assinou ainda um CD-ROM para o Centro Pompidou e uma peça multimédia para o MoMA de Nova Iorque. Numa rara entrevista ao Libération em 2003, quando questionado sobre o que é que ainda não tinha tentado fazer, Marker respondeu: “O guache”.
Ao longo da sua carreira trabalhou com alguns dos nomes mais sonantes do cinema como Jean-Luc Godard, Agnès Varda, Joris Ivens, Costa-Gavras, Yves Montand e Alain Resnais.
Na literatura, Chris Marker iniciou-se aos 26 anos, tendo começado por escrever artigos, comentários e poemas para a revista francesa Esprit. Em 1949, publicou o seu primeiro e único romance “Le Coeur net”.
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Cf. também:
“Espírito curioso, cineasta incansável, poeta apaixonado por gatos, videasta, personagem secreta, imenso talento, ficámos órfãos de Chris Marker”, foi assim que Jacob, presidente daquele que é considerado o festival de cinema mais importante do mundo, lembrou o cineasta no seu Twitter.
Considerada uma das figuras mais secretas do cinema mundial, Chris Marker, que mantinha uma relação distante com a imprensa, não se deixando fotografar, começou a filmar na década de 1950 com “Olympia 52”, um documentário sobre Jogos Olímpicos de Inverno de Oslo de 1952, logo após a Segunda Guerra Mundial, durante a qual o realizador combateu do lado da resistência.
Segundo o Libération, existe menos de uma dezena de fotografias de Marker, que raramente falava com a imprensa. Ao longo da sua carreira foram muito poucas as entrevistas que deu. A sua paixão por gatos era tão grande que sempre que alguém lhe pedia uma foto, o realizador enviava uma foto de um gato.
Nascido a 29 de Julho de 1921 com o nome Christian François Bouche Villeneuve, foi como Chris Marker, que o cineasta se tornou num dos nomes mais importantes do cinema mundial, sendo hoje considerado uma figura fundamental para o desenvolvimento da linguagem documental, partilhando a sua visão do mundo através das suas viagens, como refere o L’Express.
Da sua filmografia destacam-se “La Jetée” (1962), filme emblemático, que inspirou realizadores como Mamoru Oshii ou Terry Gilliam, e “Sans Soleil” (1983), baseado nas cartas de Sandor Krasna e construído como uma travessia do olhar pelo mundo, em que a realidade é evocada através da palavra.
Reflectindo o seu interesse pela cultura digital desde a década de 90, Marker assinou ainda um CD-ROM para o Centro Pompidou e uma peça multimédia para o MoMA de Nova Iorque. Numa rara entrevista ao Libération em 2003, quando questionado sobre o que é que ainda não tinha tentado fazer, Marker respondeu: “O guache”.
Ao longo da sua carreira trabalhou com alguns dos nomes mais sonantes do cinema como Jean-Luc Godard, Agnès Varda, Joris Ivens, Costa-Gavras, Yves Montand e Alain Resnais.
Na literatura, Chris Marker iniciou-se aos 26 anos, tendo começado por escrever artigos, comentários e poemas para a revista francesa Esprit. Em 1949, publicou o seu primeiro e único romance “Le Coeur net”.
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La Jetée
Cf. também:
- Chris Marker obituary - The Guardian
- Le réalisateur Chris Marker est mort - Libération
- mmemory by Chris Marker — Notes from the Era of Imperfect Memory (www.chrismarker.org)
- Homenagem do INA: Video Playlist