Catroga - 16h 54
Na Assembleia da República, os partidos discutem o acordo com a Troika. Sem assento parlamentar, Pedro Passos Coelho e Eduardo Catroga têm que se ocupar de outra forma. Enquanto o primeiro se entretém a revelar que novas cartas escreveu e enviou desta vez, o segundo está novamente a "reagir". Para não se ficar atrás de ninguém, está também a dar uma conferência de imprensa, na sede do PSD, com direito a transmissão em directo pelos canais de TV informativos.
Abriu logo em grande: «Eu como português agradeço à troika o trabalho desenvolvido, aos partidos que foram ouvidos e a todos os parceiros sociais». O homem incansável, que desde segunda-feira assegurava «continuar de prevenção» para contacto da Troika, continua neste exacto momento a revelar pormenores e considerações dos encontros que teve com os negociadores. Prometeu, aliás, entregar um memorando (também ele!) aos jornalistas com a súmula «das conversas». Depois fez questão de reiterar os sublinhados de sempre - que foi escolhido e aceitou liderar a equipa que influenciou decisivamente o acordo, que foi ouvido várias vezes («uma das reuniões era para durar 1h e teve quase hora e meia!») - e lá passou aos elogios e às críticas. Sim, porque afinal, e como já ontem avisara: «desde a primeira reunião formal ficou claro que independentemente da assinatura, eu, como chefe técnico, não me coibiria de fazer reservas técnicas ao modelo que viesse a ser proposto».
Eduardo Catroga ainda fala enquanto escrevo, mas confesso que me vai faltando a paciência para seguir acompanhando o 'acontecimento'. Foi uma manhã dura. No mais, o essencial (e o pior) já se percebeu onde nos levará. Reservo-me o direito de ceder ao tédio que mais uma conferência de imprensa me está a causar. Ao limite, se Catroga estivesse a tomar o seu café com leite matinal, rodeado dos amigos, numa qualquer mesa de pastelaria, evocando saudoso os seus grandes feitos do passado,