No Acre, 72% dos empresários têm boas expectativas para 2011

Ontem, em Portugal, davam brado ao costumeiro enredo da crise financeira os novos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística que situam a confiança dos portugueses perto de mínimo histórico. Como se não bastasse, as previsões económicas internacionais voltaram a fazer manchete nos jornais: Standard & Poor's vê Portugal em recessão prolongada.
Nos antípodas desta realidade, surge-me hoje uma sondagem da Fecomércio, efectuada nas duas primeiras semanas de Janeiro, revelando que 77% dos empresários do Acre avaliaram as vendas do segundo semestre de 2010 de maneira positiva e, portanto, 72% destes começaram o ano afirmando que têm boas expectativas para este ano. Dos 72% que se dizem optimistas, 21% acreditam que as vendas neste primeiro semestre de 2011 serão iguais ao volume realizado no segundo semestre de 2010 e 51% acreditam mesmo que serão superiores.

Observo estes dois sentires tão opostos e não consigo deixar de sublinhar o óbvio: que diferença quando se sai da Europa e se entra num universo fora da Zona Euro!...

A Fecomércio por meio do Instituto de Pesquisa (Ifepac) entrevistou 292 empresários acreanos, de micro e pequenas empresas, no período entre 3 e 14 de janeiro, para saber as expectativas de vendas para o primeiro semestre deste ano.
De acordo com o Coordenador do Ifepac, Roberval Ramirez, dos 292 entrevistados, 77% avaliaram as vendas do segundo semestre de 2010 de maneira positiva e, portanto, 72% destes começaram o ano com boas expectativas. Dos 72%, 21% acreditam que as vendas neste primeiro semestre de 2011 serão iguais ao volume realizado no segundo semestre de 2010 e 51% acreditam que serão superiores.
Dos 21% que demonstram insatisfação quanto às vendas no segundo semestre de 2010, mais da metade (54,8%), acreditam que as vendas, neste semestre, serão menores ainda.
Dos entrevistados, 62% afirmam que os negócios de suas empresas operaram com situação financeira favorável, no segundo semestre de 2010, comparado ao primeiro do mesmo ano, situação esta que os levou a investir mais ainda em estoques de mercadorias disponíveis para vendas no varejo, com relação ao mesmo período anterior.
Na opinião de 66% dos empresários do comércio do Acre, a expectativa é de manutenção de crescimento dos negócios, tendo em vista a demonstração de sinais positivos para o período que se inicia, especialmente, considerando aos investimentos anunciados pelos governos recém instalados. Assim, os empresários se mostram confiantes com o crescimento das vendas no primeiro semestre de 2011, já que os indicadores oficiais representam otimismo para o mercado de consumo, e conseqüente estímulo à produção.
Conforme a pesquisa, 33,3% dos empresários realizam investimentos em suas empresas apenas quando a situação permite. A pesquisa registra, ainda, as opiniões de 11,5% dos empresários, que dizem realizar investimentos operacionais sempre que as condições de crédito no mercado se apresentam favoráveis, ou quando está perdendo vendas (9,3%).
Com relação a pessoal, 62% dos empresários, não investem em capacitação operacional. Segundo eles, o pessoal contratado é capacitado no próprio ambiente de trabalho. Apenas 14% dizem utilizar os serviços dos sistemas “S”, para capacitação do pessoal empregado.
Na opinião de 25% dos empresários, os juros praticados no mercado são restritivos ao melhor desempenho das empresas do setor, chegando a preocupar mais que o regime tributário a que estão submetidos.
Não existe por parte das empresas do comércio local, uma avaliação quanto a categoria dos clientes, 46% dos empresários são indiferentes à questão de categoria dos clientes que transitam no ambiente de seus estabelecimentos. No entanto, 23% dos empresários destacam os servidores públicos como a maior clientela dos respectivos negócios.
A pesquisa detectou que o telefone é o recurso mais utilizado por 40% dos empresários para contato com seus fornecedores. As facilidades da internet (site personalizado, e-mail etc) complementam as formas de comunicação das empresas com seus mercados de compra e venda.

via Assessoria Fecomércio