Visita de Lula é marcada por protesto em Altamira
Um protesto contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte marcou a visita do presidente Lula, nesta terça-feira (22), a Altamira, no Pará.
Os protestos começaram cedo, com uma caminhada pelas ruas da cidade. Dezenas de trabalhadores rurais, ribeirinhos e lideranças sociais seguiram em direção ao Estádio Municipal, local onde o presidente Lula foi recebido. Os manifestantes mostraram insatisfação com a decisão do governo de construir a usina de Belo Monte. O clima ficou tenso em uma das ruas de acesso ao estádio. Policiais da Tropa de Choque e homens do Exército cercaram o local para evitar tumultos. Os manifestantes tiveram de enfrentar uma fila para entrar no estádio. Eles foram proibidos de usar faixas e cartazes na cerimônia. Apenas um pequeno grupo de jovens conseguiu chegar perto do palco das autoridades. Em seu discurso de apenas cinco minutos o presidente Lula defendeu Belo Monte como uma obra fundamental para o setor energético brasileiro.
As obras da Usina Belo Monte, no Rio Xingu, ainda não começaram. Segundo o cronograma, a operação da hidrelétrica deve começar em 2015.
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Lula defende construção de Belo Monte no Pará
O presidente participou do "Ato por Belo Monte e pelo desenvolvimento da região do Xingu". Organizado pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), o evento contou com a participação de lideranças locais. Para evitar protestos, o evento foi realizado no estádio Bandeirão.
A hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, é alvo de contestação dos movimentos sociais e de ambientalistas. Ambos alegam que os lagos da represa da hidrelétrica vão inundar 30 terras indígenas legais e afetarão um terço do município de Altamira.
Em relação aos jovens que realizaram protestos em Altamira contra a construção da usina, Lula recomendou paciência. “Se tivessem paciência de ouvir, aprenderiam o que eu já aprendi. Quando eu tinha a idade deles, eu ia para o Paraná participar de manifestações contra a construção de Itaipu”, disse.
“Naquele tempo diziam que Itaipu inundaria a Argentina, que chegou a ameaçar o Brasil com a construção de uma bomba atômica. Por falta de informação diziam que o lago de Itaipu iria provocar terremoto e mudar o clima da região. É por essas fantasias construídas que a gente não pode ter medo de debater”, completou o presidente.
No discurso, Lula disse que na construção de Belo Monte não serão repetidos os erros cometidos nas construções das usinas de Balbina e Tucuruí, que tiveram alto impacto ambiental. “Nunca mais vamos querer uma hidrelétrica que cometa o crime de insanidade que foi [a hidrelétrica de] Balbina, no estado do Amazonas. Não queremos repetir Tucuruí. Queremos fazer uma coisa nova”, disse.
Lula disse que se pudesse dar um conselho aos que são contra, diria que se engajassem no debate para definir como utilizar os recursos disponibilizados pelo governo para auxiliar as comunidades indígenas e ribeirinhas do Pará e cuidar das questões sociais. O presidente citou ainda a importância econômica de Belo Monte. “A hidrelétrica vai gerar industrialização e empregos. Ao invés de exportar minério de ferro, vamos exportar produtos com valor agregado”.
A usina de Belo Monte será a segunda maior do Brasil e a terceira do mundo com capacidade instalada de geração de mais de 11 mil megawatts.
via G1