A Presença da Inquisição da Amazônia
Já está no site do Centro de Memória da Amazônia o resultado da pesquisa A Presença da Inquisição da Amazônia.
Organizado pelo professor Otaviano Vieira Júnior, o projeto recebeu o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA).
No site é possível encontrar um extenso acervo documental sobre as atividades do Tribunal do Santo Ofício português, relacionadas ao Grão Pará e Amazônia.
Criada em 1536, a Inquisição Portuguesa perdurou até 1821, resultando em mais de dez mil processos, abarcando diferentes regiões do Império lusitano, incluindo a Amazônia.
Toda a documentação desse período encontra-se arquivada e disponibilizada para consulta na Direcção Geral de Arquivos DGARQ/TT / Torre do Tombo [Portugal].
Mas agora, quando a pesquisa também recebe o apoio da Universidade Federal do Pará, através de um convênio, a documentaão referente aos casos ocorridos no Norte do Brasil, também está sendo disponibilizada pelo CMA.
“Antes para estudar esse tema, era necessário que o interessado viajasse a Lisboa para consultar a documentação. Agora a pesquisa sobre a Inquisição poderá ser feita aqui mesmo no Brasil por meio do site do Centro de Memória que está disponibilizando o material que foi digitalizado pela Torre do Tombo”, explica Otaviano Vieira Júnior, que também coordena o CMA.
A expectativa com a criação desse espaço virtual específico sobre a Inquisição é que seja ampliado o número de trabalhos que explorem o potencial do acervo inquisitorial.
“Pretende-se a partir deste projeto, um efeito multiplicador de pesquisas, que incorporem alunos da graduação e da pós-graduação da UFPA bem como de outras instituições de ensino superior, principalmente da região norte” diz Otaviano. Ele ressalta ainda, a importância do professor do ensino médio também utilizar essa documentação em sala de aula.
“A inquisição é um elemento fundamental para se trabalhar com o aluno o respeito à diferença, porque a inquisição é exatamente o contrário, o desrespeito a diferença”, diz o professor.
O projeto “A presença da Inquisição na Amazônia” é desenvolvido desde 2008 , com o apoio da Fapespa.
O professor Otaviano Vieira Junior divide a coordenação com o pesquisador Rafael Chambouleyron, ambos da Faculdade de História da UFPA.
via Agência Pará
O Tribunal do Santo Ofício português criado em 1536 e perdurou até 1821
Nesses quase três séculos de atividades, suas ações resultaram em mais de dez mil processos, que abarcaram diferentes regiões do Império lusitano, incluindo a Amazônia. Coube ao Tribunal de Lisboa a tarefa de vigiar os “desvios da fé” e os “costumes” na América portuguesa, o que significou efetivamente a instalação local de mecanismos inquisitoriais de controle, seja por meio das visitações que ocorreram na América portuguesa, seja por meio da nomeação de Comissários ou da Habilitação de Familiares do Santo Ofício.Forjada a base para efetivar ações do Santo Tribunal, seus desdobramentos resultaram na formação de um significativo rol de denúncias e de processos que envolviam moradores do Brasil. A associação entre a criação e a manutenção do aparelho de vigilância e a denúncia de réus criou um extenso acervo documental organizado sob os ditames burocráticos do Tribunal de Lisboa. Originalmente essa documentação encontra-se arquivada e disponibilizada para consulta na Direcção Geral de Arquivos (Lisboa, Portugal). O Centro de Memória da Amazônia busca criar links de processos inqusitorias relacionados ao Gão Pará e Maranhão que estão disponíveis no site do DGARQ/TT.
O Projeto Inicial – A presença da Inquisição na Amazônia colonial
O principal objetivo do projeto é levantar, digitalizar e divulgar a documentação inquisitorial do Tribunal do Santo Ofício de Lisboa, disponível no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, hoje Direcção Geral de Arquivos (Lisboa, Portugal), relacionada ao antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará (a partir de meados do século XVI até o século XVIII, Estado do Grão-Pará e Maranhão). Esse esforço se justifica pela possibilidade de ampliação, neste lado do Atlântico, do número de trabalhos que explorem o potencial do acervo inquisitorial. Paralelamente, a divulgação da documentação reduzirá o custo e facilitará o acesso de futuras pesquisas sobre a presença do Santo Ofício no norte do Brasil. Trata-se, assim, de criar, a partir deste projeto, um efeito multiplicador de pesquisas, que incorporem alunos da graduação e da pós-graduação da UFPA bem como de outras instituições de ensino superior, principalmente da região norte.O Protocolo de Colaboração
CoordenaçãoProf. Dr. Antonio Otaviano Vieira Junior - UFPA otaviano@ufpa.br
Prof. Dr. Rafael Chambouleyron - UFPA rafaelch@ufpa.br
Pesquisadores
Prof. Dr. Didier Lahon – UFPA
Prof. Dr. José Luis Ruiz-Peinado Alonso – Universitat de Barcelona, Espanha
Profa. Dra. Barbara A. Sommer – Gettysburg College
Prof. Dr. Mark Harris – University of Saint Andrews, Reino Unido
Profa. Ms. Ana Pereira – Doutoranda pela Universiteit van Amsterdam, Holanda
Bolsista
Leila Alves de Carvalho - Graduanda em História - UFPA - leilaalves1970@msn.com


