Balanço da 'Conferencia Mundial de los Pueblos Sobre Cambio Climático y Derechos de la Madre Tierra'
Ninguém esperava que 31 mil pessoas atendessem o repto lançado em Janeiro por Evo Morales. A Uma semana do evento já se tinha percebido o interesse do mundo na Conferencia Mundial de los Pueblos Sobre Cambio Climático y Derechos de la Madre Tierra. Estavam inscritas 17 mil pessoas e confirmadas as presenças de representações governamentais de 70 países, incluindo os presidentes do Equador, Nicarágua, Paraguai e Venezuela, bem como de importantes ministros, delegados e parlamentares da Europa, Ásia e África. A iniciativa mobilizou de imediato a participação de organismos mundiais como UNICEF, FAO, UNESCO, UNFPA, WTO, OICA, OPS, FIDA.
Mais de 50 cientistas, líderes de movimentos sociais, investigadores, académicos e artistas aceitaram integrar os 14 painéis de discussão agendados, entre eles Jim Hansen, da NASA, Bill McKibben, jornalista ambiental e responsável pela 350.org, Vandana Shiva, ambientalista de renome da Ìndia, o escritor Naomi Klein e o uruguaio Eduardo Galeano, autores de vários best-sellers, Miguel D’Escoto, presidente da Assembleia Geral da ONU, Lumumba Di-Aping, um dos principais negociadores a liderar o G77, para além de outros líderes de organizações e comunidades ambientais que se encontram na linha da frente da actuação, no que à questão das alterações climáticas diz respeito.
Não por acaso, foram solicitadas mais de 300 acreditações de jornalistas por orgãos de comunicação social como BBC, Radio France International, The Guardian, Telesur, Al Jazeera e Democracy Now.
Ainda assim, a adesão em massa mais do que triplicou as expectativas iniciais de dez mil participantes.
Duas observações:
- Os povos indígenas surgem, de forma muito nítida, como uma força empreendedora amplamente valorizada e escutada pelos restantes parceiros globais. Os principais agentes e decisores do mundo acudiram ao repto da Bolívia e moveram-se até ao coração dos Andes. Cochabamba deu, pois, prova de que os povos tradicionais se podem constituir como o grande núcleo aglutinador da reflexão sobre o Planeta e o rol de males que, por acção do homem, o atordoam.
- Depois do fracasso de Copenhaga, a população civil dá um claro sinal de que já não confia na capacidade de entendimento das cúpulas, mobiliza-se para alcançar as plataformas de acordo que estas não conseguiram e chama a si a responsabilidade de efectivar propostas e medidas concretas que possam ser adoptadas por todos os países, por forma a travar não apenas as alterações climáticas, mas as causas que lhe estão na origem.
Reportagem | Clipping de imprensa | Fotos
- Cf. também:
- http://www.guardian.co.uk/environment/cif-green/2010/mar/19/bolivia-conference-on-climate-change
- http://www.guardian.co.uk/environment/2010/apr/13/bolivia-climate-summit
- http://www.huffingtonpost.com/bill-mckibben/bless-bolivia-for-re-char_b_521509.html
- http://www.progressive.org/huff041210.html
- http://www.bbc.co.uk/blogs/thereporters/richardblack/2010/04/earth_spirits_twin_visions_on.html


