‘The Economist’: previdência no Brasil é das mais generosas do mundo
Leio em O Estado de S. Paulo:
O sistema previdenciário do Brasil está “entre os mais generosos do mundo”, na opinião da revista “The Economist“.
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Segundo dados divulgados no semanário, no Brasil existem apenas 10 pessoas com mais de 65 anos para cada 100 indivíduos com idade entre 20 e 64. Ou seja, é um país jovem, comparado, por exemplo, com a França, onde há quase 30 idosos para cada 100 adultos não idosos.
No entanto, o Estado brasileiro gasta o mesmo que o francês com aposentadorias e pensões, em proporção do PIB (produto interno bruto). Ambos destinam pouco mais de 10% da sua produção ao pagamento desses benefícios.
Entre os países do G-7, o único que destina uma fatia maior do PIB a aposentados e pensionistas é a Itália. Lá, porém, há três vezes mais pessoas acima de 65 anos do que no Brasil, para cada 100 com 20 a 64 anos.
Reforma
Para o semanário britânico, a presidente Dilma Rousseff, após conflitos com a base aliada, está testando “o restante do seu poder de fogo” no projeto de reforma da previdência. A revista avalia que o sistema previdenciário no Brasil é “voraz” e “ameaça inflar o orçamento [público] e prejudicar a economia”.
A proposta de reforma já foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado. A partir do momento em que entrar em vigência, o novo sistema previdenciário fará o déficit dos servidores federais cair do atual nível de 1,4% do PIB para 1,27% daqui a 60 anos, segundo uma projeção do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o que representará uma economia anual de R$ 5 bilhões, a preços de hoje.
Por outro lado, os servidores federais terão aposentadorias menores do que as atuais. Em alguns casos, como o de auditor fiscal da Receita, a reforma tende a reduzir em um quarto a remuneração do aposentado, ainda de acordo com o Ipea (entenda).
Proporção
A comparação dos gastos com aposentadoria como proporção do PIB é válida para entender o impacto dessas despesas no economia brasileira. Dá uma ideia, ainda, da dificuldade que o Estado terá para sustentar esse modelo nos próximos anos.
Porém, o fato de dois países gastarem a mesma proporção do PIB com seguridade social não quer dizer, necessariamente, que os benefícios médios sejam iguais nas duas localidades.
Por exemplo, o Brasil tem um PIB comparável ao da França, mas uma população idosa muito maior, em números absolutos. São 22 milhões de indivíduos com mais de 60 anos aqui e 15 milhões lá. Se os dois países gastam o mesmo com o total de idosos, então na média cada idoso no Brasil ganha menos do que na França.
O problema é que o PIB per capita no Brasil é um quarto do PIB per capita na França. Consequentemente, a arrecadação média de impostos por habitante é bem menor aqui do que lá, mesmo que a carga tributária seja semelhante. Essa diferença na arrecadação por habitante deixa claro que o Estado brasileiro não tem, nem de longe, o cacife que tem o francês para sustentar um sistema de seguridade social semelhante. E mesmo lá existe debate sobre a reforma da previdência.
Posted by por AMC
on 22:22. Filed under
coisas do brasil,
ESPUMAS,
essa coisa de viver em sociedade,
uma janela para o mundo
.
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