'Estamos fazendo nossa parte', diz negociador do Brasil na ONU sobre desmate
Figueiredo, ao lado dos negociadores da Índia, China e África do Sul. foto de Dennis Barbosa
O negociador-chefe do Brasil na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 17), Luiz Alberto Figueiredo anunciou à comunidade internacional, nesta-terça-feira (6), o novo índice de desmatamento anual da floresta amazônica.
“Estou muito feliz de dividir com vocês o fato de que os últimos números de desmatamento foram anunciados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o índice é 11% mais baixo que no ano passado, e isso significa o índice mais baixo da história, ou desde que essa medição começou, em 1988”, disse Figueiredo ao lado de representantes da Índia, China e África do Sul, com os quais o Brasil forma o grupo de emergentes chamado Basic.
“Esses são números públicos, disponíveis na internet, e há imagens de satélite disponíveis na internet para qualquer um fazer sua interpretação independente. Então a transparência é absoluta. Por isso estamos muito felizes por estarmos fazendo o que prometemos em Copenhague e reafirmamos em Cancún. Estamos fazendo a nossa parte”, disse o negociador do Brasil.
Falando a jornalistas, os representantes de países do Basic voltaram a defender a renovação do Protocolo de Kyoto, único acordo de cumprimento obrigatório pelo qual parte dos países desenvolvidos se comprometem a reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa, e que expira no próximo ano. “O Protocolo deve continuar. O segundo período é uma obrigação”, disse o negociador chinês Xie Zhenhua.
Figueiredo fez coro com o chinês ao pedir a renovação de Kyoto e reforçou ainda que o estabelecimento do ‘fundo verde’ é outro objetivo importante dos membros do Basic.
“Queremos deixar Durban com um fundo climático verde totalmente funcional. E que não seja algo vazio”, afirmou.
A Índia, por sua vez, representada pela ministra Jayandhia Natarajan, deu a entender que não pretende se comprometer com um acordo internacional de metas de redução de emissões de gases-estufa, como querem outras partes nas negociações, como os EUA. “Para um grande número de pobres nos países em desenvolvimento o mundo não mudou. Eles não pode ser obrigados a reduzir emissões, se nem fazem emissões”, disse.
O negociador americano Todd Stern voltou a reforçar que os EUA não aceitam sair de Durban com um plano para um novo acordo de redução de emissões que seja de cumprimento obrigatório, já que faltaria detalhamento das obrigações de cada país.
“Não estamos prontos agora para [um acordo] legalmente vinculante, se não sabemos como vai ser nem, quem vai estar dentro”, disse Stern. Os EUA repetidamente têm afirmado que os países emergentes também precisam assumir compromissos para reduzir os gases-estufa.
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Posted by por AMC
on 19:37. Filed under
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