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OCDE prevê o fim da retoma em Portugal e avisa que novo ciclo negativo se aproxima

Leio no jornal i:

A retoma de várias economias desenvolvidas, que pertencem ao grupo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), está parada, mostra um estudo da instituição. Portugal é dos mais penalizados pelo agravamento da conjuntura, registando a terceira pior marca da zona euro em Junho.
O indicador avançado da OCDE mede as viragens do ciclo económico com alguns meses de antecipação. Portugal, como já disse o primeiro-ministro, José Sócrates, pode ter sido "campeão" do crescimento económico no primeiro trimestre, mas agora os números da instituição sedeada em Paris mostram que a retoma foi curta e que, nos próximos meses, os portugueses serão confrontados com um agravamento da situação. Segundo a OCDE, na zona euro apenas França e Grécia registam quedas maiores que a portuguesa em Junho, face a Maio.
Menos poder de compra, menos consumo e investimento e mais desemprego serão algumas das faces visíveis do ciclo negativo que se aproxima.
Portugal não está sozinho neste impasse. Nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, vários especialistas avisam que poderá estar iminente uma retoma em W (recuperação seguida de nova recessão).
Na Europa, França e Itália, dois dos maiores parceiros comerciais de Portugal, estão a perder gás: o indicador avançado cai há vários meses consecutivos. Em Espanha, o parceiro económico mais relevante da economia portuguesa, o indicador ainda não está a cair, mas acusa um abrandamento acentuado, apontando para uma estagnação. Uma das excepções é a Alemanha, a maior economia do euro, que mantém um ritmo de crescimento aceitável. No entanto, também está em abrandamento.
Os economistas da OCDE dizem que a informação mais actualizada "aponta para um crescimento abaixo do potencial nos próximos meses" em França, Itália, China e Índia, e garantem que a expansão do Reino Unido também já atingiu o seu pico. Nos Estados Unidos, o referido indicador avançado "tornou--se negativo pela primeira vez desde Fevereiro de 2009" (ver texto ao lado).
No final de Julho, o FMI disse que Portugal pertence ao grupo de alto risco no que respeita à retoma, devido ao peso das PME (muito dependentes de empréstimos e endividadas) no emprego e produção de riqueza. "Os constrangimentos na oferta de crédito bancário podem pesar fortemente na recuperação da economia da zona euro. Os empréstimos bancários continuam a ser a fonte de financiamento externa predominante para a maioria das empresas, em particular para as PME."
O Banco de Portugal, no boletim de Verão, alertou que "existem riscos de uma nova recessão no horizonte de projecção". Até final de 2011 o país poderá experimentar novas dificuldades: mais desemprego, menos poder de compra, menos consumo, mais pobreza. A probabilidade é elevada, disse o BdP.
A instituição também aponta que os salários reais "deverão traduzir a prevalência de condições adversas no mercado de trabalho e em que os demais rendimentos deverão ser condicionados tanto pelo aumento gradual das despesas com juros, como pelas medidas orçamentais" no Orçamento do Estado de 2010 e no Programa de Estabilidade e Crescimento. 

Cf. também:

Posted by por AMC on 22:25. Filed under , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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