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Niro Higushi, o cientista para quem a Amazônia é um «laboratório inspirador»


O cientista Niro Higushi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), um dos contemplados com o “Prêmio Fundação Bunge” este ano, na categoria Vida e Obra, atribuiu a conquista, entre outros fatores, à “liberdade para trabalhar com pesquisas florestais em um laboratório extraordinário e inspirador que é a Amazônia”.
Para Higushi, tão importante quanto receber o prêmio é a indicação da Academia Brasileira de Ciências (ABC), segundo ele um grande reconhecimento a um pesquisador que fez toda a carreira na Amazônia. Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade de Michigan State University, o cientista aponta como outro fator importante para a conquista o seu ambiente de pesquisa.
“Trabalhar para um instituto como o Inpa e ter o privilégio de trocar idéias, diariamente, com pesquisadores criativos e críticos é fundamental. Assim como ter um grupo de pesquisas competente e solidário. São fatores que também contribuíram para esse prêmio”, afirmou Higushi, referindo-se ao Laboratório de Manejo Florestal (LMF) do Inpa.
O cientista ressalta ainda “o apoio irrestrito da família, dos bolsistas do LMF, dos ‘peões’ da ZF-2 [Estação Experimental de Silvicultura Tropical do Inpa, onde são realizadas as pesquisas de campo], da turma da CPST e dos alunos de pós-graduação e Pibic”. E destaca também a “sólida cooperação” com pesquisadores de outras instituições de ensino e pesquisa brasileiras e internacionais.
Higushi também faz questão de mencionar a parceria com algumas associações comunitárias do interior do Amazonas e o suporte de instituições internacionais, como a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), e federais, municipais e estaduais, entre elas, a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Outras conquistas

Higushi é engenheiro florestal e tem vasta experiência em pesquisas na área de manejo, mais especificamente em dendrometria (medição de massa de árvores) e inventário florestal. Foi um dos participantes na elaboração de documentos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007.
O cientista é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Madeiras da Amazônia, com investimentos da ordem de R$ 4,7 milhões, sendo R$ 2,71 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e R$ 2 milhões da Fapeam.
Com pós-doutorado na University of Oxford, Higushi também foi contemplado no Programa de Núcleos de Excelência (Pronex), com o projeto " Manejo Florestal Sustentável para a Amazônia", também financiado pela Fapeam (R$ 250 mil) e pelo CNPq (R$ 200 mil). No Inpa, ocupou vários cargos de relevância, entre eles, o de editor da revista científica da instituição, a Acta Amazonica.
De acordo o secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas e diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, que participou do júri do Prêmio Bunge, Higuchi obteve uma grande votação, destacando-se dos outros indicados.
"Essa conquista nos deixa muito satisfeitos, pois não se trata de uma mera disputa. Há indicações de todo o país por instituições renomadas e posterior análise dos currículos dos indicados por um Comitê Científico, que indica três nomes e submete ao grande júri", afirmou o secretário.
Niro Higushi vai receber R$ 100 mil, diploma e medalha, em cerimônia a ser realizada no dia 13 de outubro, em São Paulo.

publicado no Diário do Amazonas

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