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A minsitra da Educação e a sua ideia de acabar com os chumbos e reprovações no Ensino Secundário

Os números das provas de acesso ao ensino superior voltam a ser uma lástima: média da segunda fase foi negativa a Português e Matemática.
Paralelamente, a ministra da Educação anunciou, em entrevista ontem publicada em O Expresso, a sua intenção de pura e simplesmente abolir os chumbos no ensino secundário, alegando que a fórmula do chumbo «não tem contribuído para a qualidade do sistema», defendendo mais apoios para os alunos e um debate alargado para mudar as regras de avaliação. Por outras palavras, independentemente do desempenho, resultados e classificações obtidas os alunos nunca poderiam reprovar. 
A ideia suscitou reacções imediatas: o PSD considerou "grave", o CDS-PP achou "um disparate" e o PCP disse que se trata de uma medida facilitista. Do lado dos pais as opiniões dividem-se: a Confederação Nacional das Associações de Pais apoiou e afirmou que, a concretizar-se, será a maior reforma no ensino desde o 25 de Abril; a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação mostrou-se preocupada e considerou-a uma "acção de merchandising" Do lado dos professores, contrapõe-se com a defesa da reforma de programas em vez da reforma das metas de aprendizagem.


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Hoje, em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, a ministra veio explicar-se.
Afinal parece que não pretende nenhuma «reforma administrativa», mas sim um debate nas escolas sobre a questão, para que a ideia comece «gradualmente» a ser aplicada. Diz Isabel Alçada, whatever that means:

Eu proponho que os alunos se dediquem mais intensamente a obter bons resultados e que a escola ofereça condições de apoio e diversidade de propostas para que todos possam avançar e que não nos conformemos com a situação que é inevitável que muitos alunos chumbem. 

Ontem, lendo O Expresso, era pelo menos possível concordar ou discordar da posição da ministra. Hoje, depois de a escutar na SIC, nem isso. Isabel Alçada sentiu necessidade de explicar a ideia, mas meteu de tal modo os pés pelas mãos, foi de tal forma vaga e confusa que, além de se tornar óbvio que nada do que avança corresponde a um pensamento reflectido e estruturado, faz com que não se perceba absolutamente nada do que afinal quer e defende.
Não sei é intencional ou não o modo como evita questões objectivas e se perde em respostas ao lado. Sei que foi aflitivo assistir à forma como uma ministra pode andar 12 minutos à deriva em televisão, revelando uma incapacidade confrangedora de manter o foco das questões, totalmente baralhada e perdida dentro de si mesma. Estamos mal se quando se desce ao fundo das ideias, se esmiúça um pouco, se busca pelos seus alicerces e se pergunta pelos seus fundamentos, o que vem à tona e resulta visível é que nem ela própria sabe bem que raio quis dizer ou que diabo está afinal a propor.
Não augura nada de bom para o ensino e muito menos inspira a confiança que tanta falta faz a Portugal no que a uma política educativa obstinada e com rumo bem apontado diz respeito.

Em todo o caso, aqui fica no Conexão a performance de Isabel Alçada. Para cada um tirar as suas próprias conclusões.


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Posted by por AMC on 22:13. Filed under , , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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