Governo do Irão quer saber quem mantém o site da campanha para salvar esta mulher da morte por apedrejamento
Na sequência deste caso:
Pelo menos 134.706 pessoas, até ao momento, já assinaram a petição pela libertação de Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos presa e condenada ao apedrejamento até à morte, pelo crime de adultério.
O ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, o escritor Salman Rushdie, o filósofo Bernard-Henri Lévy e os músicos Peter Gabriel, Sting, Caetano Veloso e Chico Buarque de Holanda são algumas das figuras públicas que dão a cara pela campanha. As cantoras Annie Lenox e Yoko Ono - também artista plástica, viúva de John Lennon -, e as atrizes Gwyneth Paltrow e Catherine Zeta Jones são outras das celebridades que subscreveram a petição que conta, ainda, com 48.238 apoiantes anónimos.
O site, em inglês, francês e português, traz a história de Sakineh e um apelo dos seus filhos, Faride e Sajjad Mohammadie Ashtiani. A petição é atualizada a cada 15 minutos e a campanha pela iraniana foi colocada também no Facebook .
Pressão para Sakineh dar nomes de apoiantes
Entretanto, o Governo do Irão está a pressionar Sakineh para que ela revele os nomes das pessoas envolvidas na campanha na Net pela sua libertação. Segundo o jornal "The Guardian", a iraniana foi interrogada na prisão de Tabriz sobre as pessoas que estão em contato com a sua família.
As autoridades iranianas querem saber de que forma a sua fotografia foi distribuída, tornando-se um símbolo para os ativistas que lutam contra as sentenças de apedrejamento no Irão. De acordo com o jornal britânico, Sakineh está sob forte pressão desde que o mundo passou a dar atenção ao seu caso.
Recentemente, o advogado de Sakineh, recebeu uma carta do serviço de inteligência iraniano convocando-o para uma reunião. Mohammad Mostafaei, um dos mais proeminentes advogados do Irão, ofereceu-se para tratar pessoalmente do caso.
Segundo o advogado, o Ministério Público (MP) iraniano veio agora dizer que Sakineh será executada porque "é acusada de assassinato". Mostafei diz que, na verdade, ela foi absolvida do assassinato, mas acabou acusada de adultério durante o julgamento do homem que matou o seu marido.
Ainda de acordo com o advogado, o MP vai rever o caso nos próximos 20 dias, mas nada garante que a pena seja suspensa. Outros 15 iranianos aguardam execução por apedrejamento.
via Expresso
# Petição online pela libertação de Sakineh
Cf. também:
- Iran stoning case lawyer Mohammad Mostafaei's relatives arrested
- Iran stoning case woman ordered to name campaigners
- Iranians still facing death by stoning despite 'reprieve'
- Iran imposes media blackout over stoning sentence woman
- Iran halts woman's death by stoning
e ainda:
- Fighting for women's rights in Iran
- Dishonourable honour
- Amnesty International issues warning over Iran human rights abuses
- Protests at Tehran University against Iran regime
- Sex, state and church: conflicting attitudes in Iran
- Facing up to violence in Iran
- Iran protests: One-man video channel that is a thorn in Tehran's side
- Execution of 13 for terror attacks reveals Iran's next move: intimidation
- Outcry as Iran executes artist over juvenile conviction
- Call to prosecute officials after Iranian blogger dies in prison
