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Sugestão de artes: Inaugura hoje, no Museu do Chiado, a exposição retrospectiva de Nadir Afonson [1930 e 1960]

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Nadir Afonso: Sem Limites /Without Limits»
Autor de uma obra singular, estruturada no contexto artístico internacional com consistente pioneirismo, Nadir Afonso apresenta-se como um dos artistas de maior relevo da arte portuguesa do século XX. No ano em que concretiza os seus 90 anos, a presente exposição retrospectiva aborda a primeira metade do seu percurso artístico, desenvolvido entre 1930 e 1960. Um caminho de aprendizagem pessoal e de evolução empírica, conquistado em paralelo com a formação académica e a acção profissional estabelecidas na arquitectura. O desenho apresenta-se como elo forte nesta relação dual, a base matricial dos estudos e o meio de concretização no suporte.
Esta mostra dá a conhecer a surpreendente contemporaneidade da sua obra com a estética surrealista ou a arte cinética, e a ruptura conquistada pelo abstraccionismo geométrico, numa organização por núcleos temáticos sob orientação cronológica.
Pela primeira vez reúnem-se cerca de uma centena de obras, grande parte desconhecidas do público em geral, e um conjunto alargado de estudos e documentação que permitem analisar e compreender melhor o processo de criação do artista, nomeadamente a forma como diferentes períodos foram desenvolvidos em simultâneo.
Um processo sustentado pela reflexão e análise teórico-filosófica, de formulação própria, não engagée, em que Nadir defende a essência geométrica da arte, as faculdades pré-conscientes ou intuitivas na ordenação das composições, e o trabalho prático como fio condutor para uma metodologia racional. Uma estética fenomenológica de cariz humanista, que pressupõe: a relação imutável das leis geométricas, leis universais que existem na Natureza indispensáveis ao alcance da harmonia, e a relação mutável das funções e necessidades que permitem o alcance da perfeição. São estes os fenómenos de acesso à "arte [que] clarifica os espíritos e dignifica o homem."

Adelaide Ginga, comissária da exposição


Nota Biográfica

Nadir Afonso nasceu em Chaves em 1920. Diplomou-se em Arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês. Colabora, de 1946 até 1948 e novamente em 1951, com Le Corbusier. Paralelamente continua a sua actividade pictórica, servindo-se do atelier de Fernand Léger. De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Óscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, e retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina «Espacillimité».
Na vanguarda da arte mundial expõe em 1958 no Salon des Réalités Nouvelles «espacillimités» animado de movimento. Prémio Nacional de Pintura em 1967 e Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso em 1969. Membro da Ordem Militar Santiago de Espada e da Academia Nacional de Belas-Artes. Jorge Campos realizou para a Radiotelevisão Portuguesa, o filme Nadir.
Está representado em nos Museus de Lisboa, Porto, Amarante, Rio de Janeiro, S. Paulo, Budapeste, Paris, Wurzburg, Berlim entre outros.
Autor de uma vasta e original teoria estética em que defende a essência matemática da obra de arte, publicou entre outros estudos: La Sensibilité Plastique, Les Mecanismes de la Création Artistique, Aesthetic Synthesis, Universo e o Pensamento, O Sentido da Arte, Da Intuição Artística ao Raciocínio Estético, Sobre a Vida e Sobra a Obra de Van Gogh, As Artes: Erradas Crenças e Falsas Criticas, Nadir Face a Face com Einstein, prepara uma nova publicação.

 Óleo sobre tela, 1960




A construção de Centro de Artes Nadir Afonso em Boticas já se iniciou

As obras do Centro de Artes de Boticas já se iniciaram e será inaugurado em meados do próximo ano. O projecto do Centro de Artes Nadir Afonso, a construir em Boticas, da autoria da arquitecta norte-americana Louise Braverman em colaboração com Paulo Almeida e Artur Afonso, foi premiado com o Prémio “INTERNATIONAL ARCHITECTURE AWARDS 2009”, atribuído pelo “The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Urban Studies”, dos Estados Unidos, em parceria com o “The European Centre for Architecture and Urban Studies”. Estes prémios, considerados os mais importantes prémios de arquitectura atribuídos a nível mundial, é considerado um dos mais prestigiados prémios da arquitectura mundial.
O Centro de Artes Nadir Afonso pretende ser um espaço virado para a comunidade e um ponto de encontro geracional – um novo centro cultural aberto em permanência e com programas diferenciados para os vários escalões etários. Além de servir como centro comunitário para a população local, pretende atrair mais visitantes ao concelho e estimular o seu contacto com a realidade da região.
Com a abertura deste Centro, a população do concelho transmontano, de onde era natural a mãe de Nadir Afonso, passará a dispor de um importante pólo cultural. Para a Fundação, o novo edifício representa uma oportunidade de expor em permanência 80 obras do seu acervo, bem como para promover exposições temporárias de outros artistas contemporâneos de renome internacional. Na inauguração para além da exposição está previsto a apresentação de um grande espectáculo musical capaz de envolver toda a população.
Implantado num terreno desnivelado, o futuro Centro de Artes Nadir Afonso fundirá paisagem e arquitectura num edifício sustentável, concebido a pensar no futuro. O museu dividir-se-á em duas áreas distintas mas interligadas: uma infra-estrutura cultural autónoma e um espaço expositivo subterrâneo com cobertura ajardinada. Um grande painel em azulejo, criado por Nadir Afonso, apresentará a sua arte aos transeuntes, uma vez que cobrirá a totalidade da longa parede oposta à entrada principal. O pavimento será em calçada portuguesa, com um padrão geométrico inspirado na obra do artista. Graças à sua localização estratégica, o Centro terá uma vista privilegiada sobre o vale de Boticas e permitirá um acesso rápido e fácil ao novo nó de auto-estrada.

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