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Amazônia possui a cidade mais antiga


Na reportagem de capa da edição de aniversário de National Geographic Brasil, a que faz referência o post anterior, o arqueólogo Eduardo Neves informa que em Santarém se encontram aquelas que talvez sejam as cerâmicas mais antigas das Américas, nomeadamente nos sítios arqueológicos de Taperinha e da Caverna da Pedra Pintada, com datas que podem remontar a 6000 anos a.C.
Ora, pelas contas dos arqueólogos, isto faz de Santarém a cidade mais antiga de que se tem memória, com origens que remontam a períodos pré-coloniais. No texto arqueólogo sustenta, aliás, que à medida que as pesquisas avançarem na linha desta frente de investigação aberta, novas surpresas sobre o passado surgirão.
Sublinho, porém, o alerta deixado por Eduardo Neves na reportagem, lembrando que os arqueólogos disputam uma corrida contra o tempo, uma vez que a ocupação desenfreada da Amazônia pode destruir não só o seu futuro, como também o seu passado.


Sobre a cidade de Santarém:
A história mostra que após as viagens de Pedro Teixeira em 1626, o rio Tapajós passou a ser conhecido e que os jesuítas iniciaram a catequese dos índios Tupaius (depois Tapajós). Em 1661 o padre António Vieira tratou de para lá enviar o padre João Felipe Bettendorf, que no dia 22 de  Junho do mesmo ano instalou uma missão na aldeia dos Tapajós, dando origem à vila de Santarém.
Pela Resolução nº 145, de 24 de Outubro de 1848, Santarém ganhou estatuto decidade. O município é constituído pelos distritos de Santarém, Alter do Chão, Boim, Curuai e Mojuí dos Campos.
Santarém é a principal cidade do Oeste do Pará, conhecida como “A Pérola do Tapajós”. Está localizada numa área com mais de 24 mil km²  e fica a 850 km de Belém. É uma das mais fortes potências turísticas do Estado do Pará. Logo em frente à cidade é possível ver o primeiro de vários espetáculos da natureza na região, o encontro dos rios que não se misturam: de um lado o Amazonas, com as suas águas barrentas e do outro, o Tapajós, com as características águas esverdeadas.
Santarém atrai turistas, também pela beleza dos prédios históricos e monumentos, na maioria herança da colonização portuguesa na região e pelos 1.992 km de praias exóticas e primitivas, como Alter-do-Chão, conhecida como “Caribe Amazônico”. A cidade é palco da maior manifestação folclórica da região, o Çairé e o Borari. Se alguma vez andar por essas paragens, recomendo que não passe ao lado de Alter-do-Chão, Ponta do Cururu, Ponta de Pedras, Jutuba, Caraparanaí, Pajuçara, Arariá, Maria José, Salvação e Maracanã.

Localização:
Situa-se a 2º 24" 52" de latitude sul e 54º 42" 36" de longitude oeste, na região do oeste paraense, na meso região do Baixo Amazonas, na micro região de Santarém e localiza-se na margem direita do rio Tapajós, na sua confluência com o rio Amazonas. Dista cerca de 807 Km, em linha reta, da capital do Estado.

Limites:
Norte: Alenquer;
Sul: Rurópolis e Placas
Leste: Prainha;
Oeste: Juruti
Noroeste: Monte Alegre;
Nordeste: Óbidos e Juruti
Sudeste: Prainha e Uruará
Sudoeste: Belterra

Dados:
Ano de Instalação: 1755
Microrregião: Santarém
Mesorregião: Baixo Amazonas
Altitude da Sede: 51,00 m
Área Territorial: 22.887,08 km²
Área Urbano: 77 Km²
Área Rural: 22.810 Km²
Distância à Capital: 697,66 Km

Eventos Principais:
• Carnaval
• Cristoval
• Peça Teatral Paixão, Morte e Ressureição de Cristo
• Aniversário da Cidade - 22 de junho
• Congresso da Paz - 04 de julho
• Festival Folclórico Borari - julho
• Expo / Feira Agropecuária do Baixo Amazonas - julho/agosto
• Festa do Sairé - setembro
• Círio de Nossa Senhora da Conceição - novembro

fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD


* Eduardo Neves é formado em História pela Universidade de São Paulo e Doutor em Arqueologia pela Universidade de Indiana, EUA. É professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde ensina na Graduação e Pós-Graduação. É credenciado para leccionar e orientar no programa de pós-graduação em Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas. Foi consultor para a implementação do Curso Superior de Tecnologia em Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas. Leccionou e orienta projectos académicos na Universidad del Centro de La Provincia de Buenos Aires, Olavarría, Argentina. Realiza pesquisas e orienta trabalhos académicos na Amazônia brasileira, principalmente na região ocidental. É presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira (Biénio 2009-2011).

Posted by por AMC on 13:37. Filed under , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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