É mesmo? Quem diria!...
Compartilho da posição do presidente Lula não só sobre Cuba, mas sobre toda a política externa. Sou completamente favorável ao que diz e faz o presidente Lula, que nos deu orgulho de sermos brasileiros.
Dilma Rousseff
A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República pela mão e engenho de Lula «compartilha integralmente» com esta postura do seu mentor.
Assustador, mas nada surpreendente. Depois de todos os exemplos de cegueira seguidista, ninguém ainda na posse do sua sanidade mental poderia esperar que Dilma se desviasse um milímetro do 'padrinho'. No caso em questão, que até já obrigou Celso Amorim a tentar justificar a gafe do presidente, porém, e estando em causa o respeito pelos Direitos Humanos de presos políticos cujo único delito é lutar por um regime democrático em Cuba, esperava-se pelo menos a dignidade de alguma reserva da parte de Dilma em relação a Lula e aos seus ditames.
Discordo, no entanto, dos que defendem que se não estava na disposição de divergir de Lula nesta questão, a candidata poderia pelo menos ter-se recatado no silêncio. Não creio que a discrição adiantasse a uma posição de maior dignidade. Serviria apenas para ocultar publicamente uma verdade dura e difícil de engolir. E a verdade é que, tal como Lula, Dilma considera que não existe diferença entre as prisões políticas efectuadas num quadro de ditadura totalitária e as prisões por crimes de delito comum suportadas pelo código penal previsto nos termos de um regime democrático. Ainda bem que o confessou. Ao menos estamos todos mais esclarecidos em relação aos seus valores e convicções.
Três vezes perguntada sobre o caso, Dilma não quis seguir o exemplo de Judas e garantiu que não renegará as ideias de Lula «nem que a vaca tussa». Muito bem: essa é a mulher, essa é a candidata. Na hora de ir às urnas e ponderar a confiança do voto é bom que não o esqueçamos. Nem que a vaca tussa.