Da série: 'coisas que ainda nos estragam mais os dias...'

Leio no jornal i:

Depois de levar os gravadores dos jornalistas da "Sábado", Ricardo Rodrigues passou a ser conselheiro especial de José Sócrates para a segurança interna. Uma coincidência totalmente cómica: o deputado foi ontem designado, em Diário da República, membro do Conselho Superior de Segurança Interna, órgão de aconselhamento e consulta do primeiro-ministro.(...) Os socialistas "não valorizam" a cena dos gravadores e o grupo parlamentar demonstrou "inquestionavelmente total apoio" ao vice-presidente. (...) Na reunião de ontem do grupo parlamentar houve aplausos para Ricardo Rodrigues.

Perante isto e tendo em conta o que também se explica na notícia, a saber:

Se o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa considerar fundamentada a queixa da revista "Sábado" e quiser constituir Ricardo Rodrigues arguido, terá de pedir autorização ao presidente da Assembleia da República. Como para os dois crimes em causa (furto e atentado à liberdade de imprensa) a pena máxima prevista não ultrapassa os três anos, o levantamento da imunidade não é obrigatório. No limite, mesmo que o Ministério Público venha a deduzir acusação contra o deputado socialista, o inquérito poderá ficar suspenso até que termine o mandato.

... que dizer e que pensar senão que, infelizmente, o palpite de alguns – «cheira-me que este senhor não só continuará deputado como ainda irá dizer mais umas coisas» – se revela cada vez mais acertado?!...
A nós só nos resta esperar que, na ausência óbvia de bom senso, Ricardo Rodrigues deixe, pelo menos, que a sabedoria popular o aconselhe antes de aconselhar. É que, assim de repente, não se vislumbra que bom conselho pode o novo 'conselheiro especial do primeiro-ministro' dar-lhe, a não ser: "faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço".