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Wolfgang Münchau, hoje, no 'Financial Times': probabilidade de colapso da zona euro é de 50%

“Neste momento, coloco a possibilidade do fim da zona euro em 50/50”, escreve hoje Wolfgang Münchau, na sua coluna no Financial Times. Para o comentador de assuntos europeus, a União Europeia (UE) tem reagido demasiado tarde aos sucessivos problemas: primeiro a Grécia, depois a Irlanda e Portugal e, agora, a necessidade de travar o contágio à Itália e a Espanha.
“A liderança política europeia tem cometido um erro de abordagem. Esta não é uma crise de pequenos países periféricos do euro. Não é uma crise provocada por agências de rating e especuladores. É uma crise sistémica de uma união monetária que se recusa a ser uma união orçamental”, escreve Wolfgang Münchau.
Para o comentador do Financial Times, a UE cometeu um “erro enorme” ao adiar a cimeira de emergência para a próxima quinta-feira. Neste momento, defende, a União já deveria ter duplicado ou triplicado a dimensão do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), o mecanismo de resgate aos países do euro. Além disso, deveria tê-lo tornado mais flexível, permitindo que comprasse títulos de dívida no mercado secundário.
Wolfgang Münchau defende ainda que o Conselho Europeu devia ter forçado já um encerramento do debate sobre o que fazer com os investidores privados, que compraram dívida pública grega.

Plano D, de default

A demora da Europa em reagir à crise fez com que esta se estendesse a Itália. Agora, alerta Wolfgang Münchau, pode não haver escapatória a um “plano D”.
“Nas últimas semanas, moveu-se de um plano A para um plano B, e a Alemanha prepara um plano C. O plano A era austeridade. O plano B envolve a necessidade de aliviar o fardo da dívida, através de uma combinação de transferências orçamentais e da contribuição dos detentores de dívida. O plano C iria alargar o raio de acção do FEEF para torná-lo suficientemente grande para abrigar a Espanha e a Itália”, escreve o comentador. Agora, pode não haver alternativa a um plano D, de desvalorização ou default (incumprimento).
“Não estou com isto a dizer que a Itália deve sair da zona euro, mas deve preparar-se para essa eventualidade”, diz Wolfgang Münchau. Para o comentador, o Governo italiano tem de deixar claro à chanceler alemã Angela Merkel que só pode continuar a pertencer à moeda única se as taxas de juro forem reduzidas. E a única forma de conseguir isso é avançar para a emissão de obrigações europeias (os chamados eurobonds).
“Como defendi na semana passada, o eurobond é a única solução para a crise. Mas é cada vez mais caro, e menos realista do ponto de vista político, devido ao crescente distanciamento entre os spreads da dívida dos grandes países”, sublinha.

via O Público

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