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Desemprego em Portugal subiu para novo recorde de 15,3% em Março, revela Eurostat

Leio no Público:

O Eurostat divulgou um novo valor recorde para o desemprego em Portugal, de 15,3% em Março, mais três décimas do que em Fevereiro e o terceiro mais alto na UE, apenas abaixo dos valores da Espanha e da Grécia.
O Eurostat regista uma tendência de forte subida do desemprego no país há pelo menos um ano. (...) Portugal continua assim a afastar-se da média da zona euro. (...) A subida registada resulta sobretudo do aumento do desemprego jovem, cuja taxa terá passado para 36,1, face a 35,4 em Fevereiro. Entre os homens terá subido 0,4 pontos percentuais, para 15,5%, e entre as mulheres 0,3 pontos, para 15,1%.
Quer os valores do INE quer os do Eurostat baseiam-se num critério de desemprego bastante restritivo. Contabilizando também os trabalhadores desencorajados (que não procuram emprego continuadamente e por isso são considerados inactivos) e os que trabalham muito poucas horas, o número de desempregados no país sobe para mais de um milhão e a taxa de desemprego para mais de 18%, segundo cálculos com base nos valores mais recentes do INE.

[ACTUALIZADO] 

O secretário de Estado do Orçamento, Luis Morais Sarmento, diz que está surpreendido com o inesperado. Como a taxa de desemprego evolui em crescendo há meses a fio – quer nas estatísticas do INE, quer nas do Eurostat – dá para perguntar se está a brincar ou se anda a dormir.
O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, diz que prevê a redução do desemprego a partir de 2014 e – em nome do Governo – acrescenta: «o desemprego tira-nos o sono». Curiosamente, na linha de Morais Sarmento, considera o  problema «um suplemento» «motivador»  para continuar a trabalhar. Na reforma laboral, entenda-se. A tal, que o próprio Executivo assume que terá como consequência um acréscimo adicional de mais desemprego (facilitação dos despedimentos, rescisões de contratos de trabalho na função pública, aumento do horário de trabalho, congelamento das reformas antecipadas, etc, etc, etc).
Ambos falam e dizem coisas que contrariam, aliás, as conclusões a que a própria chefia já chegou. A da troika e a de S. Bento: as duas. A saber, que o desemprego não vai descer tão cedo e que, no futuro, se irá agravar.
Não por acaso, antecipando-se aos números do Eurostat que hoje haveriam de ser divulgados, Passos Coelho aproveitou ontem o discurso do Dia do Trabalhador para lhes começar a preparar o caminho.
O primeiro-ministro disse que «temos que esperar o tempo devido para que o emprego possa surgir», ou seja, «temos que estar preparados para viver dois ou três anos com níveis de desemprego a que não estávamos habituados: ele não vai desaparecer de um dia para o outro». Num à parte mais piadista, acrescentou mesmo que «não se resolve por decreto» porque, se assim fosse, «mandava já aqui o Sr, secretário de Estado fazer um». Mas Morais Sarmento e Relvas, ou não compareceram ao almoço com os TSD, ou tinham a televisão desligada.
Se estivessem atentos, Morais Sarmento e Relvas, teriam ouvido Passos Coelho adiantar, em tom mais confessional: «Nós estivemos ontem, no Governo,» a fazer contas «e chegámos à conclusão de que o sector do Estado que vai consumir mais recursos (não depende da nossa vontade: é assim!) são juros da dívida pública. Atingirão, em 2013, mais do que nós vamos consumir com a saúde, com a educação e, evidentemente, com a segurança social».

Em suma, continue o desemprego a disparar para os recordes históricos que disparar: «para o ano, o grande Ministério vai ser o da dívida pública». Palavras do próprio primeiro-ministro: AQUI. O PS chamou-lhe «insensível»; o PC e o BE, «irresponsável». Morais Sarmento e Relvas, por sua vez, ou optaram hoje por mentir, ou por lhe chamar mentiroso.

Íntegra dos artigos do Público:

O Eurostat divulgou um novo valor recorde para o desemprego em Portugal, de 15,3% em Março, mais três décimas do que em Fevereiro e o terceiro mais alto na UE, apenas abaixo dos valores da Espanha e da Grécia.
O Eurostat regista uma tendência de forte subida do desemprego no país há pelo menos um ano, e o valor hoje conhecido fica substancialmente acima do dado mais recente do INE, que só divulga dados trimestrais: 14% entre Outubro e Dezembro do ano passado. É possível que os valores do Eurostat de Janeiro a Março sejam ainda revistos, em função do número que o INE divulgar para os primeiros três meses do ano.
O nível de desemprego em Portugal continua assim a afastar-se da média da zona euro, que subiu uma décima em Março, de 10,8% para 10,9%, e da UE, onde se manteve em 10,2% – o que representa respectivamente cerca de 17,4 milhões e 24,8 milhões de pessoas sem trabalho.
A subida da taxa de desemprego relativa a Espanha foi também de três décimas entre Fevereiro e Março, para 24,1%. No caso da Grécia, o último valor divulgado é de 21,7%, mas ainda relativo a Janeiro.
A subida registada em Março em Portugal resulta sobretudo do aumento do desemprego jovem, cuja taxa terá passado para 36,1, face a 35,4 em Fevereiro. Entre os homens terá subido 0,4 pontos percentuais, para 15,5%, e entre as mulheres 0,3 pontos, para 15,1%.
Quer os valores do INE quer os do Eurostat baseiam-se num critério de desemprego bastante restritivo. Contabilizando também os trabalhadores desencorajados (que não procuram emprego continuadamente e por isso são considerados inactivos) e os que trabalham muito poucas horas, o número de desempregados no país sobe para mais de um milhão e a taxa de desemprego para mais de 18%, segundo cálculos com base nos valores mais recentes do INE.
Os dados do Eurostat diferem dos do INE, que é quem fornece a informação de base, porque são calibrados também com informação do IEFP. Além disso, enquanto o INE calcula apenas taxas trimestrais o Eurostat avança com valores mês a mês – que são por isso frequentemente sujeitos a revisão em função dos dados que o INE depois divulga, pois é quem faz a recolha directa da informação.
A subida do desemprego em Portugal está prevista pelo Governo e pelas instituições que fazem previsões e é de esperar que vá batendo sucessivos recordes pelo menos durante este ano. O valor hoje avançado pelo Eurostat constitui um novo recorde desde que há valores do desemprego para Portugal – 1983 no caso do INE e 1953 no caso das séries longas do Banco de Portugal. link

Governo diz que a subida do desemprego torna mais urgente a reforma laboral 

O secretário de Estado do Orçamento considera que o comportamento do mercado de trabalho está a ser pior do que o esperado e que essa evolução torna ainda mais cruciais e urgentes as reformas nesta área. “O que se está a passar no mercado de trabalho é algo que é inesperado e que não é de todo em todo compatível com aquilo que seria de esperar com o nosso nível de actividade, os valores do desemprego continuam a crescer”, afirmou Luís Morais Sarmento, durante a sua audição na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
O governante sublinhou que a queda na população activa demonstra que existia um desequilíbrio prévio no mercado de trabalho e que esta situação torna a reforma do mercado de trabalho que está em curto mais urgente.“Esta alteração da situação do mercado de trabalho sugere também que as reformas estruturais que estão a ser executadas no mercado de trabalho são mais urgentes e mais necessárias, uma vez que o mercado de trabalho está a demonstrar uma rigidez mais elevada”, afirma, garantindo que esta reforma é uma das grandes prioridades do Governo. link

Posted by por AMC on 10:29. Filed under , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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