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Veja o vídeo da campanha contra o genocídeo dos Awá-guajá

 

Na sequência da campanha contra o genocídio dos Awá-guajá, que o Conexão já aqui tinha comunicado, fica o tão anunciado vídeo com Colin Firth, acabadinho de ser lançado.
Os Awá-guajá, que habitam na região amazônica do Maranhão, são uma das últimas tribos nómadas do Mundo e igualmente a mais ameaçada. Daí a iniciativa da Survival, que colocou uma petição online exigindo ao ministro da Justiça brasileiro medidas urgentes que impeçam a sua extinção.

Objectivo da campanha e acção online

Em conversa com Sarah Shenker, organizadora da campanha no Brasil, ela explicou que a ONG “pretende introduzir as pessoas aos Awá, por meio de vídeos e um site interactivo, encorajando-as a tomar uma acção online direccionada ao ministro da Justiça, pedindo para ele impedir a destruição dos índios”. Sarah lembrou que o território da tribo é protegido pela Constituição brasileira, e que a única atitude de Cardozo seria enviar policiais federais e agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) para deter os madeireiros. “Pessoas e organizações do mundo inteiro têm um papel crucial para pressionar pela causa Awá. Isso fica particularmente evidente quando consideramos o facto de que o dinheiro de contribuintes europeus foi usado para criar um fundo para o projeto Carajás [nos anos 1980]”, acrescentou.
Além do apelo, o site da campanha disponibiliza informação sobre a vida dos Awá, explicando que são nómadas e vivem da caça; falando do modo como se relacionam em família; narrando a estreita ligação que estabelecem com os animais, cujos filhotes, inclusive, algumas mulheres chegam a amamentar, para depois devolverem à floresta; descrevendo os seus rituais nocturnos; mostrando como e porque passaram a ser ameaçados a partir dos anos 1980, altura que coincide com a exploração da mina de ferro, em Carajás; contando como sofrem a ameaça de madeireiros, fazendeiros e pistoleiros nos dias actuais.

Denuncias antigas violência continuada

De acordo com a Survival International, foram os próprios Awá que pediram para a ONG ajudar a divulgar a sua situação e pressionar as autoridades a agir de forma rápida.“Se nenhuma medida for tomada, eles não vão sobreviver”, garante Shenker.
A ONG, que acompanha a tribo há mais de 40 anos, estima que hoje os Awá contem 360 índios em contacto com outras culturas e entre 60 e 100 índios sem contacto algum com o chamado mundo branco. “A pequena população faz com que estejam particularmente ameaçados, e alguns especialistas brasileiros falem mesmo em genocídio”, explica.
Num dos muitos relatos recolhidos pela organização, Pire’i Ma’a, membro da tribo, afirma que os fazendeiros “estão derrubando madeira e vão destruir tudo. Macacos, antas, os animais estão todos fugindo e não sei como vamos comer. Esta terra é minha, é nossa. Eles podem voltar para a cidade, mas nós vivemos na floresta. Eles vão matar tudo e nós vamos ficar com fome, assim como nossas crianças”.



Depoimento dos índios Awá


A violência contra os Awá-guajá é, infelizmente, uma constante que persiste. Em Janeiro deste ano, por exemplo, o Ministério Público Federal decidiu investigar a denúncia de que uma criança indígena Awá fora queimada viva por um madeireiro no interior do Maranhão. A Fundação Nacional do Índio declarou à época que se tratava de um “boato” e demorou a interessar-se pelo caso. Infelizmente, os factos apurados apontam para que o caso realmente aconteceu. Até ao momento, a Funai também não se pronunciou a respeito da campanha lançada pela Survival, nem sobre as denúncias envolvendo os riscos e ameaças à sobrevivência dos índios Awá.

Cf. também:

Posted by por AMC on 18:12. Filed under , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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