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Diário de bordo do Rainbow Warrior em Manaus: cruzando as águas do Rio Negro




Velejando em plena floresta
28 Mar. - Quando o Rainbow Warrior estava em frente da Serra de Santa Julia, abaixo de Parintins, no estado do Pará, às 14h50 de ontem (27), as grandes velas brancas começaram a ser içadas. A operação levou 15 minutos. A partir de então, o navio do Greenpeace velejou em pleno rio Amazonas, a caminho de Santarém, aonde chegamos hoje, por volta das 6h30. Partimos no final da tarde da segunda (26) de Manaus.
Todo o tempo que o navio estiver em águas brasileiras, sejam elas doces ou salgadas, no Norte, Nordeste ou Sudeste, haverá uma equipe de comunicação a bordo registrando cada momento desta expedição, que acabará em junho, em Santos, no litoral paulista.
Dessa forma, queremos compartilhar com vocês a experiência de navegar em uma embarcação totalmente sustentável, que é um megafone para o Greenpeace enviar a sua mensagem para o Brasil e o mundo: o país precisa de uma Lei de Desmatamento Zero.
Quem vai escrever para vocês até Santarém sou eu, Ximena Leiva, da equipe de comunicação do escritório de Manaus. Juntei-me aos ativistas verdes em janeiro. Sou filha de chilenos que chegaram em Campinas no ano de 1973, momentos antes de Augusto Pinochet subir ao poder. Nasci em São Paulo, rodei por vários lugares e agora adotei a Amazônia como meu lar. Estou há 15 anos batalhando o jornalismo, em redações, empresas e, pela primeira vez, numa ONG.
Quem também está a bordo é Fernanda Shirakawa, nossa webby curitibana, que faz parte da terceira geração de japoneses que escolheu o Brasil como sua pátria. Ela está no Greenpeace há quatro anos, e já trabalhou com times de web da Itália e da Nova Zelândia.
Fernanda está colaborando agora com o escritório do Brasil e compartilhando sua experiência conosco. Ela ajudou o time web brasileiro a desenvolver uma estratégia de mobilização online para a campanha do Desmatamento Zero. Para isso, foi lançado o site Liga das Florestas, um desafio que tem como objetivo engajar a população para assinar a petição.
Desde a quinta-feira (22), o Greenpeace coleta assinaturas de cidadãos brasileiros que querem e sonham com um Brasil verde, onde suas matas sejam preservadas. Precisamos de 1,4 milhão de pessoas abraçando esta causa para, assim, fazer o Congresso Nacional votar esta lei de iniciativa popular, igual à Ficha Limpa. 
Para compartilharmos com vocês como é a vida no navio, criamos o Diário de Bordo. Ele é composto por vídeos, posts neste blog e nas redes sociais, com informações sobre o dia-a-dia no Rainbow Warrior e como as pessoas a bordo, da Itália, Espanha, Alemanha, Brasil, Reino Unido, Áustria, Holanda, Chile, Rússia, Suécia, Ucrânia e Estados Unidos, trabalham em conjunto com a mesma meta.
Vamos registrar como é puxado o trabalho por aqui e o convívio entre pessoas de tão diferentes culturas. Durante todo o dia e toda a noite temos pessoas fazendo o navio se mover, cozinhando, limpando, programando nossos eventos, fazendo sua segurança, e por aí vai - e isso tudo sem perder o foco na importância de se preservar o ambiente e de nosso papel nisso.
Assim, para vocês entrarem neste mundo, convidamos Douglas Engle para fazer os vídeos. Ele é norte-americano e mora no Brasil há 14 anos. Colabora para agências de notícias e televisões estrangeiras. Há dois anos, Douglas faz trabalhos para o Greenpeace, pelo menos três vezes ao ano vem para a Amazônia.
Até Santarém, quem estará retratando nossa rotina a bordo é o nosso fotógrafo Bruno Kelly, nascido em São José dos Campos (SP). Como eu, ele veio desbravar a floresta amazônica. Faz três anos que Bruno mora em Manaus e trabalha para um jornal local e envia material para agências de notícias internacionais. Sempre registrando a beleza desta região e também a sua devastação. Mas esperamos que em breve isto não aconteça mais.

População de Manaus apoia a Lei do Desmatamento Zero
25 Mar. - Neste fim de semana foi dado o pontapé para a coleta de assinaturas para a Lei do Desmatamento Zero. Mais de 1.300 pessoas enfrentaram o sol forte manauara para conhecer o mais novo navio do Greenpeace, o Rainbow Warrior.
A mobilização social é essencial para coletar 1,4 milhão de assinaturas e, assim, tornar o desmatamento indiscriminado coisa do passado. “Concordo plenamente com esta lei. Não é preciso desmatar para o Brasil ter uma economia desenvolvida”, disse a estudante de direito, Paula Braga.
Conscientizar os futuros adultos que construirão um Brasil mais verde faz parte da ação do Greenpeace. Muitas crianças vieram passear neste fim de semana no Porto de Manaus.
A estagiária do administrativo do Greenpeace, Sâmara Ismael, divertiu-se pintando os rostos dos pequenos. “Todos estavam ansiosos para conhecer o Guerreiro do Arco-Íris. Ficaram fazendo inúmeras perguntas, estavam muito curiosas.”
Veja aqui a galeria de fotos:


O Clube de Desbravadores também veio prestigiar o Open Boat e trouxe 26 escoteiros para aderir à nova campanha pelo Desmatamento Zero. “Viemos aqui conhecer este grande exército da conservação da natureza. Queremos saber como o Greenpeace faz as suas campanhas ao redor do mundo”, declarou Nildo Marinho da Silva, líder do grupo.
“Esperamos que o sucesso alcançado aqui em Manaus se repita nas outras cidades por onde o navio passar”, declarou a coordenadora de Campanha, Tatiana de Carvalho.
A pesquisadora da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Rejane Cavalcante, resumiu bem o sentimento de todos: “Agradeço o Greenpeace por esta oportunidade. Abraço esta causa de corpo e alma.”

Chuva, suor e Rainbow Warrior
24 Mar. - Não teve chuva ou calor que fizesse os manauaras arredarem o pé do porto nesse sábado. Mais de 500 pessoas visitaram o Rainbow Warrior, que abriu suas portas ao público pela primeira vez no Brasil. Há quatro dias atracado na capital do Amazonas, o navio recebeu crianças, adolescentes, adultos e idosos, que não se arrependeram de ter saído de casa.
“Eu estou fazendo 60 anos e essa visita foi meu presente. Isso é que é comemoração!”, vibrou, debaixo de chuva, a enfermeira Maria de Nazaré Torres, que carregou toda a família para a embarcação. Com o rosto pintado com árvores e arco-íris, Gabriel Machado, de sete anos, também adorou: “Posso viajar com vocês?”, arriscou.
Durante o dia inteiro, o movimento não parou. Famílias inteiras e grupos de amigos assistiram vídeos do Greenpeace, receberam uma aula sobre as peculiaridades do Rainbow Warrior e assinaram a petição pela lei do desmatamento zero. “Fui recebida com tanto carinho, gostei tanto, que amanhã eu vou voltar trazendo mais gente”, prometeu a administradora Antônia Chaves, de 42 anos.
Para quem ficou de fora, ainda tem mais: neste domingo, 26/03, o Rainbow Warrior continua recebendo o público de Manaus, de 10h às 17h, no Porto Roadway (Rua Marquês de Santa Cruz, 25, Centro).


Clima, economia e futebol
23 Mar. - Filho da África do Sul,  Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, palestrou nesta sexta no Fórum de Sustentabilidade, em Manaus. Diante de uma plateia cheia de empresários, ele citou o crescimento econômico do Brasil e o fato de empresas brasileiras estarem aumentando sua presença em países mais pobres. E pediu: “Não tratem o resto do mundo em desenvolvimento como fomos tratados historicamente pelos países desenvolvidos."
Kumi foi duro. Criticou o consumo desenfreado, a cegueira dos líderes políticos frente à crise climática e lembrou que mudanças no clima não escolhem fronteiras. E que, portanto, todas as nações tem um papel nesse processo: “Precisamos fazer as coisas certas, como família global, nações ricas e pobres agindo juntas para garantir o futuro de nossos netos. Senão, todos nós vamos sucumbir.”
Para ele, virar esse jogo – de um modelo insustentável para um mais equilibrado – é não só possível, mas necessário. E é o próprio Brasil, disse, quem dá o exemplo: enquanto o país virou 6a economia mundial e um dos líderes do agronegócio, as taxas de desmatamento da Amazônia despencaram. “O Brasil quebrou esse mito de que, para um pais crescer, tem que destruir sua floresta.”
E, ao terminar, convidou a plateia a visitar o navio Rainbow Warrior e a assinar a petição pelo desmatamento zero. “Para garantir que pessoas como eu, que adoram futebol, possam vir ao Brasil em 2014 para comemorar a vitória na Copa e também para ver a aprovação da legislação contra o desmatamento." [Vídeo AQUI]


Batalhão pela floresta
22 Mar. - O dia foi agitado no Rainbow Warrior. Atracado no Porto de Manaus, o navio construído para o Greenpeace recebeu visitas o dia inteiro, com gente de sobra apoiando a campanha por uma lei do desmatamento zero. Depois de organizações sociais e ambientais da Amazônia darem seu recado pela manhã, mais de 70 homens e mulheres do Batalhão Ambiental da Polícia do Amazonas subiram a bordo para conhecer o navio e dar seu apoio ao fim da devastação. “A Amazônia já foi agredida demais. Isso tem que acabar”, disse o Comandante do Batalhão, Coronel Sena, acompanhado pelo Coronel José Alves Silva (Subcomandante Geral da Polícia Militar do Amazonas) e por Herbert Campos (Chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Amazonas. “O desmatamento na Amazônia não agrega valor social nenhum”, afirmou, com a experiência de quem já rodou cada canto dessa região.
Guiados pela tripulação do Rainbow Warrior, soldados e oficiais ficaram encantados com a embarcação e teve gente que até quis saber como se voluntariar para permanecer a bordo. “Para nós, a visita foi uma lição de organização social e de cidadania. Ficamos extremamente honrados. Vai ficar em nossa memória profissional para o resto da vida”, conclui o coronel.


Desmatamento zero já!
22 Mar. - A chegada do Rainbow Warrior em Manaus foi o ponto de partida para o lançamento da campanha do Desmatamento Zero, que tem como objetivo garantir um mundo melhor e mais verde para as próximas gerações.
Paulo Adario, diretor da Campanha da Amazônia, defendeu a preservação das florestas dentre as mais de 50 pessoas que participaram do encontro a bordo do navio. “As matas são responsáveis por manter o equilíbrio climático do planeta. Além disso, elas tornam o solo mais fértil em todo o mundo, e garantem a existência dos rios e dos mares”, disse.
Para Adario, o grande desafio é passar a mensagem para quem está fora do navio, para aqueles que estão nos grandes centros urbanos do Brasil. “Contamos com a adesão de todos”, afirmou.
Felício Pontes, procurador do MPF-PA (Ministério Público Federal do Pará), que tem mantido uma ação permanente em defesa da Amazônia e de seus povos tradicionais, observou que “nos últimos 30 anos, a nossa geração foi capaz de desmatar quase 20% da Amazônia, uma verdadeira proeza. Dezenas de gerações que nos antecederam não fizeram isso”.
Em sua opinião, toda iniciativa que vise a preservação ambiental é bem-vinda e deve ser apoiada incondicionalmente.
Os movimentos indígenas também estiverem presentes, representados pela Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Sonia Guajajara disse que a campanha é um salto muito grande. “Precisamos de uma reviravolta no país. Vivemos um retrocesso muito grande, autorizamos leis que vão permitir ainda mais o aumento do desmatamento”.
A campanha do Desmatamento Zero também foi prestigiada pelo diretor executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, que mandou um recado bem claro e direto à presidente Dilma Rousseff: ou ela escolhe se quer continuar permitindo lucros de curto prazo para poucas pessoas ou desenvolvimento sustentável que beneficie a maior parte da população no longo prazo.
Manaus recebe o Guerreiro do Arco-Íris
20 Mar. - Na manhã desta terça-feira, 20, ativistas do Greenpeace Brasil foram dar as boas-vindas ao Rainbow Warrior, mais novo e moderno navio de campanhas da organização que acaba de chegar ao país. O navio foi recebido no encontro das águas dos Rios Solimões e Negro, próximo a Manaus, com faixas de “Bem-vindo à Amazônia”.
Inaugurado em outubro de 2011, esta é a primeira viagem que o navio faz às águas brasileiras, em comemoração aos 20 anos de atuação da organização no país.
“Ver o navio é fantástico e é a concretização de nosso trabalho. Estou há tanto tempo na rua defendendo a causa ambiental que quando o vi me deu um frio na barriga”, disse Barbara Rubin, voluntária do Greenpeace há seis anos, que participou da recepção do navio e estará a bordo quando o navio partir para Santarém.
"O Rainbow Warrior é uma máquina de comunicação, com ele temos internet, rádio e telefone, em tempo integral, até nos lugares mais remotos da Amazônia. Ele vem para servir de megafone para que o Brasil e o mundo ouçam a voz da floresta", disse Tatiana de Carvalho, coordenadora da campanha da Amazônia do Greenpeace.
O Rainbow Warrior estará no Brasil até 5 de julho. Além de Manaus, ele passa por Belém, Recife, Salvador, Rio de Janeiro - onde participará da conferência Rio+20 -  e Santos. Em todas estas cidades, o público poderá subir a bordo e conhecer a tripulação deste ícone da luta ambiental.

Por todos, para todos
19 Mar. - O mais novo – e verde – navio Rainbow Warrior, usado pelo Greenpeace, chega nesta terça-feira à capital do Amazonas, Manaus. E com ele uma nova empreitada pela proteção das florestas será lançada aos quatro ventos. De proporções nacionais, sai do forno uma campanha que contará com o apoio popular em cada cidade por onde passará o navio. Sensibilizados por uma causa que é de todos e movidos por um bem maior, figuras conhecidas do povo brasileiro também estão colaborando.
Rostos que vemos nas telas de cinema, TV e nos palcos estarão ao nosso lado, mostrando a verdadeira situação das florestas e chamando a sociedade a tomar parte. Artistas como Camila Pitanga e Marcos Palmeira já aderiram à campanha. Aguarde até a próxima quinta-feira, dia 22, e descubra o que eles têm em comum com o Greenpeace e a Amazônia.
Por incrível que pareça, as florestas não têm voz no Brasil, um país que possui mais da metade do seu território coberto por mata. Mas os brasileiros estão dispostos a falar – e zelar – pelo nosso maior patrimônio. Todos, num só coro, têm mais força. Seja bem-vindo a participar também. A sua colaboração é muito importante. O planeta agradece.

Desmatamento à vista
19 Mar. - Às vésperas da Rio+20 e com a votação do Código Florestal estagnada por conta de desentendimentos entre o Congresso e o governo, que não aceita alterações no texto que veio do Senado, o desmatamento na Amazônia mostra novamente as caras. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, foram detectados 107 km² de desmatamento na Amazônia Legal somente neste último mês de fevereiro. Esse número representa um aumento de 59% em relação a fevereiro de 2011, quando o desmatamento somou 67 km².
Um dos maiores devastadores de floresta para produção de gado e soja, o estado do Mato Grosso concentrou a maior parte do desmatamento no período (65%). O restante ocorreu em Rondônia (12%), Amazonas (10%), Roraima e Pará (7% cada). Os dados mostram que a degradação florestal, por sua vez, diminuiu 15% em comparação a fevereiro de 2011. A maioria (70%) dos 95 km² totais ocorreu novamente em Mato Grosso, seguido por Rondônia (15%), Roraima (9%), Pará (5%) e Amazonas (1%).
Já no acumulado entre agosto de 2011 e fevereiro de 2012, um cenário mais favorável para as florestas: o desmatamento somou 708 km², uma redução de 23% com relação ao ano anterior (agosto de 2010 a fevereiro de 2011), quando o desmatamento chegou a 922 km². No mesmo período, a degradação florestal acumulada foi de 1.528 km². Em relação ao período anterior, quando a degradação somou 3.814 km², houve uma redução de 60%.
O desmatamento detectado nesse último mês comprometeu 6,6 milhões de toneladas de CO2.  No acumulado do período, as emissões de CO2 equivalente vindas do desmatamento totalizaram 47 milhões de toneladas. Mesmo sendo números superlativos, isso representa uma redução de 14% em relação ao ano anterior.
O monitoramento do SAD neste último mês foi parco. Os satélites conseguiram dados de apenas 24% da área florestal na Amazônia Legal. O restante estava coberto por nuvens.
Baixe aqui o documento completo

[ACTUALIZAÇÃO]

O ciberativismo em defesa das florestas
28 Mar. - Os internautas deram hoje uma grande demonstração de que sabem unir forças para mudar os rumos do país e tornar imagens como essa aí encima mais raras num futuro breve.
Um tuitaço nacional promovido pelo @greenpeacebr –o perfil do Greenpeace Brasil no Twitter – conseguiu mobilizar em poucas horas milhares de pessoas para assinarem a proposta de lei do Desmatamento Zero.
A pedido do Greenpeace, os internautas ajudaram a divulgar a petição e a atingir a marca de 20 mil assinaturas –um número ainda modesto diante das 1,4 milhão de assinaturas que precisaremos recolher, mas um grande feito considerando que a campanha foi ao ar há menos de uma semana.
Os desmatadores estão cada vez mais fortes politicamente. Mostra disso é o avanço da reforma do Código Florestal em Brasília, que permitirá que mais mata nativa seja derrubada.
Para reverter essa quadro, o Greenpeace e diversas organizações sociais e ambientais estão mobilizando a sociedade para mostrar que a população é contra essa reforma e quer o fim do desmatamento.
Com a adesão de 1% do eleitorado brasileiro –daí o marca de 1,4 milhão – poderemos propor uma lei de iniciativa popular, nos moldes do ficha limpa, para acabar com o desmatamento. Assim, o Congresso Nacional estará obrigado a colocar o projeto em discussão. O Desmatamento Zero, portanto, é o mais puro exercício de cidadania.
O tuitaço de hoje foi uma prova de que o ciberativismo está conectado com a realidade do país e vem ganhando importância política.

Cf. também:

Posted by por AMC on 11:29. Filed under , , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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