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Dia Mundial da Água: Amazônia, a face líquida da Terra

por Francisco José


Hoje, 22 de Março, comemoramos o Dia Mundial da Água. A Amazônia é a Pátria Líquida do planeta água. A água é uma presença exuberante e essencial no clima tropical do bioma amazônico. O sistema fluvial Ucayalli-Solimões-Amazonas representa o mais extenso rio do mundo, com 6.671Km; a bacia hidrográfica do rio amazonas é constituída por cerca de 1.100 rios. O rio Amazonas joga no Oceano Atlântico entre 200 a 220 Mil metros cúbicos de água por segundo, o que representa 15,5% de toda a água doce que entra diaramente nos ocenaos.
A relação do homem amazônico com água ultrapassa as dimensões de grandeza e quantidade. Pela nossa ligação com o líquido precioso, somos seres anfíbios. Nela nascemos e dependemos dela para muitas ciosas. Nosso mundo líquido é nossa maior fonte de alimentos e nossos rios são nossas estradas.

O Dia Mundial da Água quer nos alertar para o modo que estamos usando e cuidando da água e sua importância e seu valor para o ser humano.Todas as pesquisas mostram que o Brasil não está cuidando de suas águas como deveria e que está cada vez mais cara a água na cidade, uma garrafinha de 250ml pode chegar a custar R$ 2,50 em alguns lugares, isso quer dizer R$ 10,00 um litro. Um litro d'água vale mais que três litros de gasolina.
Nós coarienses estamos nos especializando em matar nossas fontes d'água. Fica aqui um texto que escrevi dois meses atrás:
Temos uma forte ligação com nosso mundo das águas, alguns pesquisadores nos definem como seres anfíbios, povos das águas. Isso não é por acaso, uma vez que habitamos um planeta líquido e nossas relações com nossa bacia hidrográfica vai além da econômica, espaço gerador de uma economia tanto familiar como empresarias; porém, também nela habitam seres espirituais que moram em nosso imaginário religioso.
Mexer com a água é mexer com cadeias de vida que estão ligadas a nós por elos da nossa vida. Elos econômico, afetivo e espiritual. E desestruturar espaços d'água é atacar um mundo que foge nossa razão. Infelizmente em nome do desenvolvimento e da economia estamos destruindo espaços de vida, sem levar em conta economias menores, ligadas a famílias pobres.
Nós coarienses matando nossos igarapés, estamos nos especializando em assassinar ás águas. Começamos matando o Igarapé de São Pedro, enterramos a área que é a feira e a um pedaço da rua dois de dezembro e cinco de setembro, o igarapé tinha suas "cabeceieras" perto do grupo Kennedy. Suas águas ainda insistem em subir, invade as casas dos moradores que insistem em matá-lo jogando lixo nele. Uma luta que ambos sofrem, o Igarapé e as pessoas que vivem as suas margens e sobre ele.
Depois atacamos o Igarapé do Espírito Santo, começamos aterrando para fazer a "ponte" que nos liga a Chagas Aguiar; em seguida veio o aterro do contorno, o maior de todos; por último o aterro perto da UEA. Isso sem contar em seus vários braços braços, semi-mortos. Suas "cabeceiras depois do aterro da universidade está perto de entrar em colapso. De quebra atacamos o Inambú, foi dois aterros, um na vertical e o outro na horizontal, golpeis fatais.
Atualmente estamos trabalhando para matar os Igarapés do Buquará e o do Pêra. O Igarapé do Buquará está sofrendo de ponta a ponta, de suas "cabeceiras" até o lago. São diversos os empreendimentos em suas margens e na área do bairro do Ciganópolis as construções de casas seguem de qualquer jeito e quando está cheio tiram varas para usarem em construções de lajes; quando seco metem fogo, as caieiras jorram fumaça em sua floresta que se afoga, sufoca com o calor. Sua morte será só uma questão de tempo.
Já no Igarapé do Pêra, estamos construindo uma ponte de barro, tecnologia atrasada e confirmada que não faz bem as águas. Será a morte da mata ciliar, alimento dos peixes que a base de pescadores artesanais, parte da economia familiar de muita gente!
Só gostaria de saber onde os botos vão namorar e irão morar os habitantes das cidades encantadas?

Posted by por AMC on 22:59. Filed under , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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