|

Segurança Social: 50 milhões para criar rede de 950 cantinas sociais


O Governo corta nos subsídios de desemprego, nas reformas dos idosos, nos abonos de família, etc, etc, etc.. Depois, pega no bolo que passa a ficar em caixa, separa 50 milhões de euros e entrega-os a umas quantas entidades e instituições para que matem a fome aos mais carenciados, na grande maioria, os tais a quem veio agravar ainda mais a situação de pobreza com os cortes que fez.
Faz isto sentido?
O Governo justifica os cortes alegando que não há dinheiro para continuar a apoiar quem precisa. Porém, consegue de uma penada 50 milhões para custear 950 cantinas sociais, em vez das 62 que lhe custavam 2,7 milhões anualmente.
Faz isto sentido?
O Governo diz que tem os mais carenciados devidamente «referenciados». No entanto, coloca o seu apoio dependente das entidades e instituição que vai subsidiar, com o ministro a deixar a ressalva de que serão elas a definir quem receberá ajuda.
Faz isto sentido?
O Governo diz saber do constrangimento, sobretudo dos 'novos pobres', em recorrerem ao apoio do Estado para as necessidades mais básicas. Contudo, em vez de o evitar, garantindo-lhe suporte directo, opta pela ideia peregrina de criar um serviço de take away especialmente concebido à medida dos argumentos contrários que escutou durante a campanha eleitoral, quando pela primeira vez sugeriu o plano.
Faz isto sentido?
O Governo não confia que quem tem fome gaste os poucos euros dos apoios do Estado em comida, mas acredita que os 50 milhões adjudicados a terceiros serão devidamente aplicados a matar a fome dos outros.
Faz isto sentido? 

Sim, faz pleno sentido. Na óptica de quem concebe a pobreza como uma inaptidão para cuidar de si próprio, a requerer mão forte e disciplinadora por parte de quem saiba fazê-lo melhor e convenientemente; de quem considera que os pobres não se sabem governar sem a intervenção paternalista de quem os oriente. Faz sentido na óptica desconfiada de quem acha que só é pobre quem quer, ou não sabe como fazer para ser pelo menos "remediado" e que, como tal, precisa de um assistencialismo bem intencionado que pense, escolha e decida por si.

Pobres passam a ter acesso a refeições take away em 950 cantinas em todo o país 

Em tempo de "emergência social", os apoios do Estado às cantinas sociais vão aumentar. A ideia é que as pessoas em situação de pobreza, que querem manter o anonimato e hesitam em frequentar a tradicional "sopa dos pobres", possam levar para casa refeições já confeccionadas, gratuitas. Para tal, o Governo prevê transferir 50 milhões de euros por ano para 950 instituições, em todo o país.
Segundo dados fornecido pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social, eram apoiadas, até agora, apenas 62 cantinas sociais, o que representava um financiamento anual de 2,7 milhões de euros.
O acordo assinado no mês passado com as instituições particulares de solidariedade social, misericórdias e mutualidades já previa que as instituições que reunissem condições para a confecção de refeições pudessem, "maximizando os recursos existentes", fazer parte de uma rede solidária de cantinas sociais, a definir. O objectivo não era construir mais cantinas. Era rentabilizar as que já existem.
Hoje, o ministro da Solidariedade e Segurança Social deverá anunciar mais detalhes sobre esta rede. Mas, no essencial, o que se pretende é isto: creches, por exemplo, que já têm cantinas para o seu público-alvo directo (as crianças) poderão passar a confeccionar mais refeições e a disponibilizá-las para fora, para pessoas com carências económicas. O mesmo acontecerá noutras cantinas existentes noutros equipamentos, como lares.
Caberá às instituições definir quem tem acesso às refeições take away. E distribuí-las, assegurando a confidencialidade de quem as requer. "O que importa é que a ajuda chegue a quem precisa", faz saber o ministério de Pedro Mota Soares.
Outra das medidas previstas no acordo com o terceiro sector é a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, destinada a instituições sociais em dificuldades. Ontem, Mota Soares garantiu que ainda este mês o dinheiro chegará às instituições. "No final de Janeiro recebemos as últimas candidaturas", disse, citado pela agência Lusa, à margem do congresso de comemoração dos 20 anos da Associação Empresarial da Região de Lisboa.
Hoje, o ministro vai à Comissão parlamentar da Segurança Social, na sequência de requerimentos do BE e do PCP que exigiram explicações sobre cortes nas pensões a cerca de 15 mil pessoas. Uma situação que o ministro tem justificado como sendo resultado da aplicação da lei e que abrange pessoas com duas pensões.

publicado no Público

 [ACTUALIZADO]

Plebs Frumentaria
E nada disto é novo, e tudo isto já foi inventado. Por volta do ano 70 a. C., era a plebs frumentaria, o exército de 40 000 desempregados do Império Romano que recebia pão gratuitamente do Estado. E veio sempre a aumentar [em 275 d. C. eram já 300 000] até à destruição do Império para a qual deram o seu contributo.
O problema é que a Direita tecnocrata que governa a Europa não estudou História, uma disciplina menor, estudou Economia e mal, só vê números à frente dos olhos, e no imediato.




A Sopa do Sidónio está de volta
(...) Os monárquicos reclamam da iniciativa, esclarecem que já no tempo de D. Carlos tinham sido criadas as "Cozinhas Económicas" ideia de que agora o ministro se apropria. Já antes criticaram Sidónio Pais por igualmente se apropriar do legado da Duquesa de Palmela e a Marquesa de Rio Maior, as senhoras do "movimento nacional feminino" da época que criaram as ditas cozinhas.
Vão mais longe e relembram que Sidónio era demagogo e manipulador, que "o povo acreditava que a sua vida iria melhorar. O povo estava tão farto da corrupção, das lutas internas, do tiroteio pelas ruas, da repressão da 1ª República, da miséria, da fome e da guerra, que acreditaria em tudo o que um Pavão sorridente lhes dissesse."
Ao que parece quando o número de pedintes aumentou o Sidónio começou a despachá-los para Angola, querem lá ver que também foi aí que o Relvas foi buscar a ideia de mandar emigrar a malta?
Eu sei que os tempos eram outros mas as semelhanças começam a ser muitas, até estou a bater na madeira, é que acabaram por limpar o sebo ao Sidónio...

Posted by por AMC on 22:19. Filed under , , , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

0 comentários for "Segurança Social: 50 milhões para criar rede de 950 cantinas sociais"

Leave a reply