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Progressos da Mulher no mercado de trabalho

No passado mês de Março, celebrou-se o centenário da proclamação do Dia Internacional da Mulher. Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas levou a cabo várias actividades com o objectivo de marcar uma efeméride que teve como tema “Equal Access to Education, Training and Science and Technology: Pathway to Decent Work for Women”. José Carlos Carvalho Filho, mestrando em Direito Internacional na Universidade Católica de Santos (Brasil) e investigador do Centro de Direito Internacional (Minas Gerais), analisa o comunicado publicado pela United Nations Global Compact sob o título “Employing More Women Good for Business, But Faster Change Needed”. Em causa estava um encontro que teve como iniciativa dialogar sobre o papel das mulheres e a sua capacidade em assumir postos de comandos.

Intitulada de “Equality Means Business: Putting Principles into Practice”, uma conferência reuniu 167 diretoras de empresas de todo o mundo, governos, sociedade civil e representantes da ONU, a fim de discutirem o aumento do poder de decisão das mulheres no mercado de trabalho a partir dos princípios lançados em Março de 2010, tais como:

1) Estabelecer liderança corporativa de alto nível para igualdade de gênero;
2) Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e de não-discriminação;
3) Garantir a segurança, saúde e bem-estar de todas as mulheres e homens trabalhadores;
4) Promover a educação, formação profissional e desenvolvimento para as mulheres;
5) Implementar o desenvolvimento empresarial, supply chain e práticas de marketing delegadas às mulheres;
6) Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa;
7) Medir e publicar relatórios de progressos alcançados na igualdade de gênero.

Ban Ki-moon, Secretário Geral da ONU, e Michelle Bachelet, a primeira Diretora Executiva das ONU Mulher, cobraram um maior interesse e comprometimento por parte da comunidade empresarial ao reconhecer o importante papel das mulheres em cargos de comando ou mesmo auxiliando-os em negociações.
A exemplo destas mulheres presentes no evento, esteve a Diretora Financeira Executiva da Companhia Hidrelétrica Binacional Itaipu(Brasil e Paraguai), Margaret Groff, empresa referência mundial de energia limpa e renovável, que demonstrou o quanto, num prazo de sete anos, foi possível aumentar a quantidade de mulheres em postos de comando dentro da companhia. De acordo com seu relato, até 2011, foi possível dobrar o número de mulheres na área gerencial e de diretoria totalizando mais de 20% dos funcionários.
Estas informações devem ser comemoradas, pois ainda que significativas, representam mais uma conquista de uma luta que chega aos seus 100 anos e encontra muitas dificuldades para se atingir a tão sonhada igualdade de gêneros.
Muitas barreiras deverão ser derrubadas, principalmente em países com políticas laicas e marcadas pelo autoritarismo, os quais tratam suas mulheres como meros objetos mutilando-as, proibindo-as de trabalhar ou de exercerem o direito ao sufrágio. Contudo, consideremos a celebração do 100°Aniversário como mais uma batalha vencida em uma guerra inacabada.

via Perspectiva Política

* José Carlos Carvalho Filho é mestrando em Direito Internacional na Universidade Católica de Santos (Brasil). Investigador do Centro de Direito Internacional (Belo Horizonte) e licenciado em Direito pela Universidade de Franca (Brasil).

Posted by por AMC on 16:54. Filed under , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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