Hoje, em Lisboa: às 18h no Largo Camões
Para lembrar que é hoje às 18h no Largo Camões, em Lisboa. E que já não são 100 mas 111 as cidades que publicamente se manifestam contra a pena de morte por apedrejamento. Porque o caso de Sakineh chegou ao conhecimento público e comoveu a comunidade internacional, mas não é o único. Existem mais. Como ela, são muitos os que já cumpriram ou aguardam pelo cumprimento de sentença igual.
Como alguém escrevia por estes dias nas Cartas a Sakineh, a resposta de diversas figuras públicas e uma legião de anónimos ao apelo mobilizador de Bernard-Henri Lévy na revista La Règle du Jeu e que estão a ser publicadas diariamente no Libération e no Huffington Post: «mata-se com pedras, salva-se com palavras».
# International Committee Against Stoning: Site | Facebook

De quebra, fica o que a Palmira F. Silva escrevia em Maio e que, por dar que pensar, é de todo em todo pertinente repescar:
At a meeting at UN headquarters in New York on Wednesday, Iran was elected, through a vote of acclamation, as a member on the Commission on the Status of Women (CSW). Iran’s election to the commission came Just days after Iran announced it withdrew from a high-profile bid for a seat on the UN Human Rights Council.
Não consigo perceber o que passa pela cabeça de alguém para eleger o Irão para a Comissão da ONU que pretende promover a igualdade de género. Será que a ONU considera o Irão um émulo nestas matérias? O Irão onde as mulheres não têm qualquer direito, nem sequer a assistir a um jogo de futebol nas bancadas? Um estado teocrático onde o apedrejamento de mulheres está consagrado na lei e onde as mulheres que se vestem «imodestamente», as tais que provocam terramotos, são chicoteadas? Onde as mulheres que se atrevam a reinvidicar igual tratamento são presas por conspiração contra a República Islâmica?
Estou completamente de acordo com Hillel Neuer, director da UN Watch «Colocar o Irão numa comissão dos direitos da mulher é como escolher um piromaníaco para chefe dos bombeiros. É um ultraje, e é completamente inaceitável». Aliás, nos últimos tempos a ONU tem-se destacado por deixar passar coisas completamente ultrajantes, por exemplo, a absurda resolução sobre a difamação de religião...
Que as incoerências e hipocrisias das instituições não sirvam para comprometer a imperiosa intervenção cívica de cada um de nós. Bem pelo contrário: que as acções cívicas, como a desta tarde, possam servir-lhes de exemplo a um posicionamento mais firme, transparente e efectivo.
