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Cerimónia de entrega dos cinco Prémios Gulbenkian


Acabada de regressar da cerimónia de entrega da 4ª edição dos Prémios Gulbenkian, instituídos por ocasião das comemorações dos 50 anos da Fundação, e  que se realiza sempre na data em que se assinala a morte do seu Fundador, Calouste Sarkis Gulbenkian. 
Este ano, o Prémio Internacional Calouste Gulbenkian (100 mil euros) destinava-se a distinguir uma personalidade ou instituição com contribuição de relevo para a defesa do ambiente e da biodiversidade. Os outros prémios, no valor de 50 mil euros cada, foram atribuídos, como de costume, a personalidades ou instituições que se destacaram na Arte, na Beneficência, na Ciência (Ciências Sociais e Humanas) e na Educação, as quatro áreas consideradas desde que os prémios foram instituídos, com o propósito de «reafirmar a fidelidade ao desígnio de Calouste Sarkis Gulbenkian» que as estabeleceu como os quatro objectivos estatutários da Fundação. 
No que respeita aos prémios nacionais (no valor de 50 mil euros cada), a cenógrafa Cristina Reis  recebeu o Prémio Gulbenkian Arte e o especialista em Direito da União Europeia, Miguel Poiares Maduro, o Prémio Gulbenkian Ciência. O Prémio Gulbenkian Beneficência, atribuído ex aequo à ARIA - Associação de Reabilitação e Integração Ajuda e à Associação de Mulheres Contra a Violência, foi entregue aos respectivos presidentes, António Talina (ARIA) e Ana Maria Pascoal (AMCV). Para receber o Prémio Gulbenkian Educação estiveram ainda Luís Vicente, presidente da ACTA – Companhia Teatral do Algarve e Carla Soares Barbosa, presidente da Academia de Música de Viana do Castelo, vencedores ex aequo deste galardão. 
O Prémio Internacional Calouste Gulbenkian foi atribuído ex aequo à Sociedade dos Jornalistas do Ambiente (Society of Environmental Journalists) e ao Instituto do Ambiente Alpino (Institute for Alpine Environment)  e foi entregue a Beth Parke, directora da Sociedade e a Ulrike Tappeiner, responsável máxima do Instituto. 
A cerimónia decorreu no Anfiteatro ao ar livre da Fundação. Para além da presença dos vencedores tiveram lugar intervenções dos presidentes dos cinco júris: Jorge Sampaio (Internacional), João Marques Pinto (Arte), Fernando Lopes da Silva (Ciência), Maria Helena da Rocha Pereira (Educação) e Alexandre Castro Caldas (Beneficência), em substituição de António Barreto.

Um pouco mais a respeito dos premiados, clicando no link a baixo para expansão do texto.



 
A Sociedade dos Jornalistas do Ambiente (SEJ) é uma organização independente, fundada em 1990, por um pequeno grupo de repórteres, editores e produtores de todos os meios de comunicação social. Duas décadas depois da sua fundação, a SEJ reúne mais de 1 500 membros provenientes de 30 países distintos.
O objectivo central da SEJ consiste no aperfeiçoamento da qualidade do trabalho jornalístico em matéria ambiental. A SEJ tem plena consciência da responsabilidade da comunicação social na produção de diferentes narrativas isentas e rigorosas, em domínios caracterizados tanto pelo conflito de interesses como pela complexidade técnica e científica dos assuntos. Na sua luta pela excelência do labor jornalístico, a SEJ tem promovido inúmeros cursos, conferências e visitas de estudo a locais concretos, onde a degradação ambiental é mais sensível. Dessa forma tem permitido que muitos jornalistas, com uma experiência essencialmente urbana, que foram deslocados de outras áreas redactoriais para o domínio ambiental sem preparação específica prévia, possam aceder a um elevado grau de compreensão de problemas e ameaças tão multifacetadas, como o são as alterações climáticas, a perda de biodiversidade ou o aumento da pressão sobre os recursos hídricos essenciais.
O Instituto do Ambiente Alpino foi criado em 1995, no seio da European Academy of Bolzano, no coração da região alpina europeia, que se estende por um território de 191 mil Km2, abrangendo oito países, e contando com uma população de mais de 13 milhões de habitantes.
Desde a sua fundação que o Instituto do Ambiente Alpino tem orientado o trabalho da sua equipa pluridisciplinar de investigadores, predominantemente constituída por jovens cientistas, por uma perspectiva que combina a identificação e diagnóstico de problemas ambientalmente relevantes com a procura de soluções e alternativas, pautadas pelos critérios de desenvolvimento sustentável, que possam recolher o apoio activo dos diferentes actores sociais e económicos envolvidos.
O ambiente alpino é não só um dos mais ricos em termos de diversidade biológica, tanto no espaço horizontal como no vertical, como também um dos mais importantes nos inúmeros serviços que os seus ecossistemas naturais prestam à humanidade, desde logo como nascente de muitos dos grandes rios de que a humanidade depende. Contudo, a riqueza do ambiente alpino é acompanhada pela sua extraordinária vulnerabilidade à acção humana, quer local, quer global. Com efeito, as regiões alpinas contam-se entre os ecossistemas mais ameaçados por um processo de rápida degradação, impulsionado pelas alterações climáticas antropogénicas em curso.
O Instituto do Ambiente Alpino conta-se, assim, entre as instituições de investigação que mais nos têm ajudado a compreender e a intervir na complexa rede de tensões e delicados equilíbrios que caracterizam as regiões alpinas na Europa e no Mundo.


PRÉMIO GULBENKIAN ARTE
O júri sublinhou a “excepcional capacidade de invenção” de Cristina Reis, desenvolvida ao longo de 35 anos como cenógrafa e figurinista, sobretudo no Teatro da Cornucópia, onde foi responsável pelos cenários e figurinos da quase totalidade dos espectáculos aí realizados. Em 1997 obteve o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão pelo seu trabalho como cenógrafa/figurinista do espectáculo Os Sete Infantes; em 1999 recebeu o Prémio Almada/Teatro, atribuído pelo Ministério da Cultura ao conjunto da sua obra; e em 2000 foi agraciada com Prémio Nacional de Design/Carreira concedido pelo Centro Português de Design.


PRÉMIO GULBENKIAN EDUCAÇÃO
Criada em 1995, a Companhia Teatral do Algarve – ACTA – é uma estrutura de produção com carácter profissional que, a par de uma programação artística regular, tem como prioridade a divulgação do teatro junto das escolas, desenvolvendo ainda projectos artístico-pedagógicos como meio de abordar diversas problemáticas das comunidades escolares, como a toxicodependência, a educação sexual e o bullying. O Serviço Educativo desta Companhia (VATe – Vamos Apanhar o Teatro) abrange toda a região algarvia, utilizando um autocarro equipado com palco, plateia, régie, bastidores e camarins. As produções são levadas a zonas de menor densidade e difícil acesso e o público-alvo é constituído por crianças e idosos de cada local.
A Academia de Música de Viana do Castelo surgiu em 1977, e, desde então, tem vindo a desenvolver, paralelamente à formação, uma notória actividade de divulgação musical, com a realização sistemática de eventos de música erudita, sendo também responsável pela dinamização de projectos pioneiros, directamente ligados à música contemporânea, nas vertentes da formação, criação e interpretação e à criação de públicos infantil, juvenil e sénior. 


PRÉMIO GULBENKIAN CIÊNCIA
Nascido em 1967, Miguel Poiares Maduro iniciou a sua actividade académica na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, sendo actualmente professor do Instituto Universitário Europeu, em Florença e director do seu programa de Global Governance.
Entre 2003 e 2009 desempenhou o cargo de Advogado Geral do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Publicou numerosos trabalhos, muitos dos quais se tornaram obras de referência no campo dos estudos jurídicos. Tem leccionado nas Universidades mais prestigiadas do mundo, como as de Yale, London School of Economics, Chicago, Colégio da Europa, Michigan, entre outras.

PRÉMIO GULBENKIAN BENEFICÊNCIA
A Associação de Mulheres contra a Violência é uma organização não governamental criada há cerca de duas décadas para a defesa dos Direitos Humanos das Mulheres e das Crianças. Em 1992, iniciou um apoio especializado às vítimas de violação, alargando de seguida o âmbito de intervenção ao Abuso Sexual de Crianças e Violência Doméstica. O apoio é prestado de diversas formas, desde a intervenção em crise ao acompanhamento individual, passando pelo aconselhamento jurídico, apoio à formação ou emprego, criação de grupos de ajuda mútua e apoio psicológico. Devem-se-lhe ainda a criação do primeiro centro de atendimento e da primeira casa abrigo para vítimas de violência. Mais informações em www.amcv.org.pt
A ARIA - Associação de Reabilitação e Integração Ajuda, criada em 1991, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem por missão apoiar as pessoas com problemas de saúde mental, ajudando-as a adquirir os recursos necessários para a sua reabilitação psicossocial e integração socioprofissional. Sendo um dos grupos com maior dificuldade de inserção, o júri enalteceu o esforço da associação, bem como as suas estratégias de intervenção junto das pessoas com estes problemas. O conceito de reabilitação é encarado como um processo activo e aberto à comunidade, com a finalidade de promover a integração social e profissional.

via Fundação Calouste Gulbenkian

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