'Canción peregrina' de Graça Graúna
'Canción peregrina'
I
Yo canto el dolor
desde el exilio
tejendo um collar
de muchas historias
y diferentes etnias
II
Em cada parto
y canción de partida,
a la Madre-Tierra pido refugio
al Hermano-Sol más energia
y a la Luna-Hermana
pido permiso (poético)
a fin de calentar tambores
y tecer um collar
de muchas historias
y diferentes etnias.
III
Las piedras de mi collar
son historia y memória
del flujo del espírito
de montañas y riachos
de lagos y cordilleras
de hermanos y hermanas
en los desiertos de la ciudad
o en el seno de las florestas.
IV
Son las piedras de mi collar
y los colores de mis guias:
amarillo
rojo
branco
y negro
de Norte a Sur
de Este a Oeste
de Ameríndia o Latinoamérica
povos excluidos.
V
Yo tengo um collar
de muchas historias
y diferentes etnias.
Se no lo reconocem, paciência.
Nosotros habemos de continuar
gritando
la angustia acumulada
hace más de 500 años.
VI
Y se nos largaren al viento?
Yo no temeré,
nosotros no temeremos.
Si! Antes del exílio
nuestro Hermano-Viento
conduce nuestras alas
al sagrado circulo
donde el amalgama del saber
de viejos y niños
hace eco en los suenos
de los excluidos.
VII
Yo tengo um collar
de muchas historias
y diferentes etnias.
Graça Graúna, Tear da Palavra
o direito de sonhar e tecer a vida
![]() | Certo dia, ao ver seu amigo (o Cavaleiro da triste figura) muito desanimado, quase que desistindo da vida; Sancho disse-lhe para não esquecer que só o sonho que se sonha junto é realidade. Um outro quixotesco e irmão do mundo, Carlos Drummond, também não se cansou de reiterar em sua poesia que não faz sentido e não justifica mesmo sair por aí, se não for de mãos dadas. Dessa leitura, intui que, agindo assim, não haveremos de cair nas armadilhas da falta de solidariedade, do isola-mento, do preconceito, da fome, da miséria, da violência generalizada, das injúrias, dos desafetos | ||
e de tantos outros problemas que atingem a nós todos(as) a cada instante nesses tempos difíceis. Acreditando na alma e na força da palavra de amigos(as) e leitores(as) acerca dos meus escritos; procurei reunir alguns poemas dos livros Canto Mestizo e Tessituras da Terra e outros inéditos para festejar os 18 anos de Mulheres Emergentes. O lema da editora é “levar ao público a expressão poética contemporânea, em especial a feminina” (conforme as palavras de T. Diniz, na Coleção Milênio 2001). Sendo assim, com licença poética, apresento este Tear da palavra que sugere o direito de sonhar e tecer a vida; o respeito às diferenças e o direito de cultivar a liberdade de expressão, sempre. Graça Graúna |
