|

Entretanto, na Grécia: reformado suicida-se frente ao Parlamento por causa da crise


Era hora de ponta, faltava pouco para as 9h. Um homem – sabe-se que tinha 77 anos e que foi farmacêutico – dirigiu-se nesta quarta-feira para o quilómetro zero de Atenas com uma arma e um bilhete no bolso. Já a poucos metros do Parlamento, disparou.
Uma testemunha contou à televisão estatal que ainda o ouviu gritar “não quero deixar dívidas aos meus filhos”, e terão sido estas as suas últimas palavras. No bilhete que trazia no bolso estava escrito “Sou reformado. Não posso viver nestas condições. Recuso-me a procurar comida no lixo, por isso decidi pôr fim à vida”. Depois acusou ainda o Governo de “aniquilar qualquer esperança de sobrevivência”.
(clique para ampliar)
Bilhete:

"The Tsolakoglou government has annihilated all traces for my survival, which was based on a very dignified pension that I alone paid for 35 years with no help from the state. And since my advanced age does not allow me a way of dynamically reacting (although if a fellow Greek were to grab a Kalashnikov, I would be right behind him), I see no other solution than this dignified end to my life, so I don’t find myself fishing through garbage cans for my sustenance. I believe that young people with no future, will one day take up arms and hang the traitors of this country at Syntagma Square, just like the Italians did to Mussolini in 1945".

via: The Athens News

A notícia espalhou-se depressa, a mensagem percorreu as redes sociais e a Praça Sintagma, que já foi palco de tantos protestos contra as medidas de austeridade, voltou a encher-se de gente.  [Cf. Facebook: “Everyone at Syntagma. Let's not get used to death.”]
Debaixo de uma árvore, ramos de flores e velas lembravam o que aconteceu, deram forma à indignação das centenas de pessoas que de juntaram ali.
Houve quem deixasse mensagens de revolta. “Não foi um suicídio, foi um assassínio”, “Governo assassino” ou “quem será o próximo?”

Sabia-se que o número de suicídios na Grécia tem vindo aumentar – os dados do Ministério da Saúde apontam para um aumento de 40% desde o início da crise e um relatório divulgado pela polícia referiu 622 suicídios em 2010 e 598 até 10 de Dezembro de 2011 (a média era 366 entre 2000 e 2008). Mas esta morte, junto à sede da democracia e em plena praça, emocionou o país.
“Sinto-me triste. Ultimamente ocorrem muitos suicídios, na Grécia, mas este é especialmente triste pela situação em que morreu este homem”, disse à agência espanhola Efe Vassilis, de 33 anos. “Por este caminho de austeridade, a Grécia não vai bem”.
Jronis, de 51 anos, sentiu revolta. “O que sinto é raiva. Porque isto é um assassínio e porque somos todos culpados: o Governo, a troika, a austeridade e os partidos de esquerda, que apoio, porque são incapazes de se unir e propor algo de novo, só se preocupam com os seus pequenos interesses.”
O que aconteceu na Praça Sintagma “torna irrelevante e vão qualquer comentário político”, disse Evánguelos Venizelos, líder do partido socialista PASOK. À direita, o líder da Nova Democracia, Antonis Samarras, que as sondagens apontam como o favorito às eleições de Maio, disse ter ficado “devastado” com a notícia, e o principal responsável do ultradireitista Laos, Yorgos Karatzaferis, considerou que “quando há um suicídio na Sintagma é o fim, estalou a coesão social”.
Na Grécia, pelo menos uma em cada cinco pessoas está no desemprego, muitas pensões sofreram cortes superiores a 25%. “É este o ponto a que nos trouxeram”, disse à Reuters Maria Parashou, de 54 anos, que se juntou à homenagem na praça. “Cortaram os nossos salários, humilharam-nos. Tenho uma filha desempregada, o meu marido perdeu metade do salário mas não me vou permitir perder a esperança.”

via Público

via RT - 04/04/2012

via RT - 09/03/2012

‘Killing Austerity’ sweeps through stricken EU 

The number of suicides has dramatically increased in the country since the beginning of the economic crisis, shows data released by the Greek Health Ministry.
Prior to the economic downturn Greece had the lowest suicide rate in Europe at 2.8 for every 100,000 inhabitants. Now, this figure has almost doubled, with police reporting over 600 suicide cases in 2010 and 2011 respectively. Attempted suicides are also on the up.
Just on Tuesday, a 38-year-old Albanian man killed himself on the island of Crete. He had been unemployed for some time. The financial hardship made him jump off his second-floor balcony, reported local news.
The private sector is proving to be no safe haven either, as in the last few months several businessmen have fatally shot themselves.
Greece is not the only country to see a spike in the suicide rate caused by the government’s effort to battle crippled finances.
In neighboring Italy, a 78-year-old woman threw herself out of her third-floor apartment on Tuesday after her monthly pension was cut from 800 to 600 euro. Since the 25 per cent cut, the pensioner from Sicily had reportedly been struggling to make ends meet.
"The government is making us all poorer, apart from the wealthy – who they don't touch – in contrast with us workers and small businessmen who are struggling with heavy debts," said her son, Bruno Marsana, as quoted by The Daily Telegraph.
On Monday, a picture frame-maker hanged himself in Rome. His suicide note told of "overwhelming economic problems." Previously, two men in northern Italy set themselves on fire in two separate incidents, citing financial woes as well. Both survived, sustaining severe burns.
Italy, like Greece, is struggling with a recession and mounting unemployment by increasingly severe austerity measures. This includes drastic spending cuts, tax hikes and pension reform. Rome is also trying to pass an unpopular labor decree, which will make it easier for companies to sack employees.

via RT



Cf. também:

Posted by por AMC on 23:21. Filed under , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

0 comentários for "Entretanto, na Grécia: reformado suicida-se frente ao Parlamento por causa da crise"

Leave a reply