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Cerca de um milhar de pessoas protesta contra o fim da MAC

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Directora da Alfredo da Costa desmente ministro sobre número de partos 
Directora da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, cujo encerramento é contestado por profissionais e utentes, desmentiu nesta quarta-feira o ministro da Saúde quanto ao número de partos ali efectuados, alegando que têm aumentado e não diminuído.
Numa audição parlamentar, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que a maternidade, a maior do país, teve uma redução de 6.000 para 3.000 partos anuais e que os casos mais complicados já são actualmente atendidos no Hospital Dona Estefânia, também em Lisboa.
Refutando as declarações, a directora do Serviço de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Ana Campos, referiu à agência Lusa que, ao contrário do que sucedeu noutras unidades hospitalares e invertendo a tendência da baixa da natalidade, a MAC assistiu nos últimos três anos a um aumento dos partos, sendo que 60 por cento dos casos recebidos pela maternidade "são situações de maior risco tratadas por equipas pluridisciplinares". Ana Campos adiantou que, em média, o Hospital Dona Estefânia recebe por ano seis a dez partos, neste caso de recém-nascidos doentes ou com mal-formação, que "precisam de ser intervencionados no imediato".
Apontando dados, a mesma responsável disse que em 2009 registaram-se na MAC 5.244 partos, número que em 2010 subiu para os 5.328 e em 2011 para os 5.583.
O Governo tenciona fechar a maternidade até 2015, justificando a decisão com o excesso de oferta na região de Lisboa em serviços de obstetrícia, desde a abertura recente do Hospital de Loures, e com a descida da natalidade. Utentes e profissionais da MAC contestam a decisão, invocando perda da qualidade do atendimento com o consequente desmembramento das equipas.
Segundo o ministro da Saúde, a existência de nove maternidades públicas em Lisboa põe em risco os 1.500 partos necessários para a classificação de maternidade no Hospital de Santa Maria, que corre, por isso, o risco de perder esta valência. link

“Um hospital monovalente não tem razão de existir”, diz ministro da Saúde  

Para Paulo Macedo, “um hospital monovalente não tem razão de existir”. Foi desta forma que o ministro da Saúde justificou esta quarta-feira o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e a integração das equipas desta unidade em hospitais polivalentes.
“Respeito pela MAC todos temos. Pelos profissionais todos temos também. Pelo edifício não tenho”, afirmou Paulo Macedo, ouvido no Parlamento, durante a tarde. O ministro voltou a insistir na questão do excesso de capacidade instalada para o número de partos que estão a ser feitos na área de Lisboa e da falta de profissionais, nomeadamente, de ginecologistas no Garcia de Orta.
O ministro da Saúde salientou que a MAC sofreu uma redução de 6000 para 3000 partos anuais e que a existência de nove maternidades públicas em Lisboa põe em risco os 1500 partos necessários para a classificação da maternidade do Hospital de Santa Maria, correndo assim o risco de perder esta valência.
Paulo Macedo lembrou ainda que “a morte anunciada da MAC vem de 2005”, quando o então ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou uma reestruturação da rede hospitalar e que, em termos jurídicos, já foi encerrada quando foi integrada no Centro Hospitalar de Lisboa Central.
O deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, contrapôs que o ministro não “apresentou um argumento válido” para encerrar a MAC e contestou a afirmação de Paulo Macedo de que o seu fecho irá melhorar a prestação dos cuidados materno-infantis. “Como é que vai melhorar fechando a melhor maternidade do país?”, questionou.
João Semedo defendeu ainda que a tese de que um hospital monovalente não tem razão de existir “é um falso problema”. “Não há nada escrito que diga que os hospitais especializados têm de ser integrados”, afirmou, para questionar em seguida Paulo Macedo se também vai fechar as maternidades do Porto e de Coimbra. O ministro não respondeu, nem disse o que pretende fazer ao edifício da MAC. link

Parlamento vai discutir fecho da Maternidade Alfredo da Costa dia 2 de Maio 
O Parlamento vai debater a reorganização dos hospitais na zona de Lisboa e o eventual fecho da Maternidade Alfredo da Costa no próximo dia 2 de Maio, por iniciativa dos Verdes e do PCP.
Os comunistas requereram a apreciação parlamentar do decreto do Governo, aprovado a 12 de Janeiro, que integra a Maternidade Alfredo da Costa e o Curry Cabral no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC). Segundo o comunicado do Conselho de Ministros daquele dia, a fusão foi determinada “com base em critérios de homogeneidade demográfica e complementaridade assistencial”.
Quanto aos Verdes, apresentam um projecto de resolução que recomenda ao Governo o não encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, que será também debatido pelos deputados a 2 de Maio.
O Governo, através do primeiro-ministro e do ministro da Saúde, Paulo Macedo, confirmaram esta semana o fecho da maternidade. Na segunda-feira, Paulo Macedo disse que o encerramento acontecerá “de certeza” nesta legislatura, assinalando, no entanto, que a reforma hospitalar “não é sinónimo de fechos”. No dia seguinte, Pedro Passos Coelho sublinhou que esta decisão visa “aproveitar o melhor possível as equipas técnicas que estão em funcionamento” naquela unidade hospitalar.
O anúncio do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa desencadeou diversos protestos de partidos da oposição, que denunciam interesses imobiliários associados a esta decisão do Governo. Centenas de pessoas estiveram na terça-feira numa manifestação contra o fecho da maternidade, que se realizou em redor do edifício onde está instalada, em Lisboa. link

“O lugar onde se nasce nunca devia morrer”
“A MAC é vida, jamais poderá ser destruída” e “Não tirem à cidade esta maternidade”. Estes foram alguns dos slogans entoados pelas cerca de mil pessoas que protestaram contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa.
A iniciativa começou com um cordão humano à volta do edifício, que rapidamente se transformou em dois devido ao elevado número de pessoas que fez questão de participar, várias delas trabalhadoras da casa que só sabem “o que vem na comunicação social”. Muitos dos presentes nasceram ou deram à luz nesta unidade de saúde e alguns empunhavam cartazes em defesa da maternidade. “O lugar onde se nasce nunca devia morrer”, lia-se numa das cartolinas de uma mulher de meia-idade. Um miúdo dava “graças à MAC por contar para a taxa de natalidade do país”.
Várias pessoas exibiam ainda mensagens com os depoimentos de pessoas que, apesar de não poderem estar presentes, quiseram manifestar a sua solidariedade.
Manuela Canha foi uma delas. “Estou em Barcelos mas a causa merece o meu apoio”, lia-se num dos cartazes. Teresa Almeida, professora na Universidade Nova de Lisboa, estava em Paris, mas também quis participar no protesto através de uma amiga. “Não posso estar presente mas acho inadmissível esta medida”, fez questão de dizer Valentina Loução, de Setúbal.
Depois de muitas palmas e até das “ondas” que se costumam ver em estádios de futebol, as pessoas concentraram-se à porta da maternidade, onde, já com a ajuda dos Homens da Luta vestidos de mulher e “grávidos”, entoaram vários slogans contra a intenção do Ministério da Saúde. Paulo Macedo deve ter ficado com as orelhas a arder: “Senhor ministro conhece a MAC?” ou “Macedo escuta a MAC está em luta” foram dois dos gritos de ordem.
Os manifestantes decidiram ainda fazer, no dia 19, um desfile entre a MAC e o Ministério da Saúde. link

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