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Portugal a caminho do quarto ano de recessão em 10 anos: PIB recua 1,5% em 2011

Leio no Diário Económico:

Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a economia portuguesa encolheu 1,5% em 2011, o terceiro ano de recessão no espaço de uma década. Portugal teve uma recessão em 2003 (a economia reduziu-se 0,9%) e em 2009 (queda de 2,9%, segundo o INE). Em 2011 a estimativa rápida das contas nacionais do INE mostram uma diminuição de 1,5%. Em 2012 é quase garantido que haverá nova recessão: o Governo e o Banco de Portugal prevêem que o Produto Interno Bruto português (PIB) vai reduzir-se pelo menos 3% este ano.

Entre 2003 e 2013, Portugal vai assim registar quatro anos de recessão - o pior desempenho da economia portuguesa pelo menos desde os anos 1940. Nas últimas décadas, Portugal teve vários anos de recessão - por exemplo, em 1983 (o PIB caiu 0,2%) e 1984 (caiu 1,9%). No entanto, a última recessão fora em 1975 (quebra de 4,5%) e só em 1993 é que a economia voltou a cair (2%).
E, nos anos entre estas crises, Portugal teve taxas de crescimento bastante robustas, acima dos dois por cento por ano. Pelo contrário, e ainda segundo os números do INE, só num ano do século XXI é que Portugal registou uma taxa de crescimento acima dos 2% (foi em 2007, com uma taxa de 2,4%).
A actual crise deverá ser a mais prolongada da última década. Na crise de 2003, Portugal teve quatro trimestres de redução do PIB; na de 2009 foram cinco os trimestres negativos. Nesta recessão foram até agora quatro os trimestres em que a
economia encolheu. No entanto, tendo em conta que a tendência tem sido de agravamento e que todas as previsões apontam que pelo menos o primeiro semestre de 2012 também seja de recessão, é de esperar que esta crise abranja pelo menos seis trimestres consecutivos.
  • Evolução do PIB desde 2001 até 2011

2001 2,0%
2002 0,8%
2003 -0,9%
2004 1,6%
2005 0,8%
2006 1,4%
2007 2,4%
2008 0,0%
2009 -2.9%
2010 1,4%
2011 -1,5%

Fonte: INE

PIB português recua 1,5% em 2011

O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal diminuiu 1,5% em 2011 por comparação com o ano anterior, segundo uma estimativa rápida das contas nacionais hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este valor é ligeiramente menos negativo do que as estimativas do Banco de Portugal e do Governo - que esperavam uma recessão de -1,6% para 2011.
Os dados do INE mostram uma clara tendência de degradação da economia no final de 2011. Em cadeia (ou seja, comparando com o trimestre anterior), o PIB caiu 1,3% no último trimestre de 2011. Em termos homólogos (ou seja, comparando com o mesmo trimestre de 2010), o PIB caiu 2,7%.
Tanto os valores em cadeia como homólogo são mais negativos que os registados nos trimestres anteriores. Este agravamento "traduziu um significativo agravamento do contributo negativo da procura interna, associado particularmente às diminuições mais expressivas do investimento e das despesas de consumo final das famílias".
O INE assinala também o "contributo positivo" do comércio internacional, embora sobretudo devido à "acentuada diminuição" das importações. Tal como o instituto já anunciara na semana passada, as exportações continuaram a crescer a bom ritmo no último trimestre de 2011, mas denotando uma tendência de desaceleração.

Evolução esperada


Esta evolução do PIB no quarto trimestre já era esperada. As projeções do Governo e do BdP (que esperam para 2012 recessões de 3 ou 3,1%, respetivamente) apontam para que a deterioração da economia seja ainda mais forte no primeiro e no segundo trimestre deste ano.
O resultado apresentado pelo INE para o quarto trimestre é até 0,1 pontos percentuais superior às previsões iniciais, uma diferença dentro da margem de erro destas contas. O economista-chefe do Montepio Geral, Rui Bernardes Serra, considera que esta diferença "não é de facto verdadeiramente significativa".
No entanto, Serra também encontra nesta evolução sinais de que a economia portuguesa "está a responder melhor à crise do que o esperado", tendo em conta que no último trimestre do ano o Governo recorreu a "medidas extraordinárias de consolidação orçamental", com efeitos recessivos, mas que não se repercutiram numa diminuição do PIB acima do esperado.
Os dados hoje divulgados pelo INE são uma estimativa rápida, e poderão ser revistos quando forem divulgadas as contas nacionais trimestrais, em meados de março.

via O Expresso

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