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Lojas de conveniência viram mania em Manaus

Com margens de lucro maiores e grande variedade de produtos e serviços, as lojas de conveniência dos postos de combustíveis deixaram de ser coadjuvantes para se tornarem o principal diferencial do setor de abastecimento.
Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL/Manaus) e proprietário de dois postos, Ralph Assayag, um bom serviço de conveniência faz a diferença na hora da escolha do cliente por um posto de abastecimento.
Levantamento do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicon), entre 2009 e 2010 aponta que a venda de combustíveis cresceu 8,7%, enquanto que as vendas das lojas de conveniência tiveram incremento de 15,5% no mesmo período. Segundo estimativa do sindicato, é esperado um crescimento de no mínimo 10% ao ano até 2015.
 
De acordo com informações da empresa Raízen, responsável pelas franquias da conveniência Select, dos 45 postos de bandeira Shell instalados em Manaus, dez possuem as lojas da marca, isso representa 22% dos postos desta bandeira.
Segundo Ralph Assayag, as lojas de conveniência são interessantes para os proprietários de postos pois, além de atrair clientes para o abastecimento, possuem uma margem de lucro maior que a da venda de combustíveis. “A margem de lucro do posto fica entre 3% e 13%. A saída para incrementar o faturamento é a loja, que dá uma margem melhor, entre 20% e 25%, e uma sobrevivência maior para o posto. Se não fosse a loja, a gente não estaria sobrevivendo”, observa.
De olho neste “incremento”, Assayag já planeja uma reformulação total em suas lojas para o ano que vem.  “Se você implementa a loja, com produtos bons que as pessoas gostem, o posto fica excelente e ao invés de ir em outro posto para abastecer, o cliente vai optar por aquele que tem esse serviço a mais”, observa.
Além de atrair clientes, as lojas servem ainda como ponto de apoio para outros serviços, como explica a gerente da loja Select da Avenida Djalma Batista, Maria Carvalho. “O número de pessoas que vêm exclusivamente pela loja é cada vez maior. Mas tem também aqueles que vem para trocar óleo ou lavar o carro e esperam no conforto da loja”.  
Segundo a gerente, o faturamento da loja já é praticamente igual ao das bombas de combustível.
 
Público-Alvo

De acordo com dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicon), o principal público consumidor das lojas de conveniência são pessoas jovens com idade entre 25 e 34 anos, de classes A ou B.
A assistente administrativa Bianca Xavier utiliza os serviços da loja de conveniência ao lado de seu trabalho com frequência e não troca por nada a praticidade deste ponto comercial. “Venho sempre para usar o caixa eletrônico, pois não tem nenhum banco por perto. Gosto de vir aqui porque tem tudo num lugar e de uma maneira bem organizada”, afirma.
Já a advogada Daniele Monteiro estava apenas passando pelo local quando a fome bateu. “Resolvi para comer, pois aqui é um lugar onde tenho certeza sobre a qualidade da comida”.
Os produtos de tabacaria são os mais consumidos nestes locais, correspondendo por 30,5% das vendas das conveniências. Em seguida vêm as bebidas não alcoólicas, com 16% das vendas, cervejas, com 13,6%, e alimentos quentes (ou food service), com 12%, setor que teve o maior crescimento proporcional entre 2009 e 2010, segundo a Sindicon.
Para conquistar os consumidores pelo estômago, a rede de lojas AM/MP, da bandeira de postos Ipiranga, desenvolveu uma linha própria de sanduíches e sobremesas finas, em parceria com a Sadia.
 “A qualidade dos produtos é assegurada pelo controle sobre todas as etapas, desde o recebimento dos componentes para os sanduíches, passando pelo armazenamento, preparo e venda”, segundo informou em nota a assessoria da marca.
As bebidas alcoólicas, outro carro chefe dessas lojas, chegaram a representar um problema devido a depredações causadas por pessoas alcoolizadas. Mas desde a aprovação da Lei Municipal  135, de 2004, que proíbe o consumo de alcoólicos no ambiente dos postos, isso tem mudado, segundo afirmou Maria Carvalho. “Avisamos a pessoa que ela não pode consumir aqui por causa da lei, que tanto ela como nós podemos ser multados e, em geral, as pessoas entendem”.

publicado no D24am

Posted by por AMC on 12:43. Filed under , , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Feel free to leave a response

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