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Está quase tudo dito sobre o futuro de um país que não honra nem respeita os seus velhos


ONU alerta que 39 por cento dos idosos portugueses são vítimas de violência  

As Nações Unidas colocaram Portugal na lista negra dos países que pior tratam dos seus idosos, com 39 por cento dos mais velhos vítimas de violência.
Segundo o Relatório de Prevenção contra os Maus Tratos a Idosos, da Organização Mundial de Saúde, o país tem 39,4 por cento de idosos vítimas de abusos. Os dados mostram ainda que 32,9 por cento são vítimas de abusos psicológicos, 16,5 por cento de extorsão, 12,8 por cento de violação dos seus direitos, 9,9 por cento de negligência, 3,6 por cento de abusos sexuais e 2,8 por cento de abusos físicos.
Dos 53 países europeus analisados pelo relatório, Portugal surge entre os cinco piores no tratamento aos mais velhos, juntamente com a Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia.
Por dia, quatro milhões de idosos são vítimas de humilhações físicas e psicológicas na Europa. A directora da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, considera a situação “muito grave”. No caso específico de Portugal, este é considerado um "problema sério".
“A população europeia está cada vez mais envelhecida, por isso é urgente que os governos resolvam este problema social o mais rápido possível, e que os serviços de saúde prestem socorro às vítimas de maus tratos”, escreve a responsável no relatório. Em 2050, estima-se que um terço da população terá mais de 60 anos.
"As pessoas não têm vergonha de discriminar os idosos, ao contrário do que acontece com a discriminação por razões étnicas ou de género", considerou uma especialista na matéria, Sibila Marques, que em Maio publicou o ensaio “Discriminação na Terceira Idade”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. "São os próprios idosos a acreditar na sua falta de valor”, disse a investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, aquando do lançamento da obra.
Zsuzsanna Jakab considera que os maus tratos a idosos são um "problema de saúde e social. Evitá-lo é uma questão de direitos humanos e de solidariedade social".
Em Portugal, desde 2000 que o número de idosos ultrapassou o número de jovens e actualmente quase metade das pessoas com idade superior a 65 anos têm 75 ou mais anos, segundo dados recolhidos pela Pordata. “Lutamos para que as pessoas vivam mais, temos de preparar a sociedade para que esteja habilitada a responder. Mas, não é isso que temos, o que dizemos é que os idosos são um fardo económico ao nível da Segurança Social, que não está preparada” para estes cidadãos, disse à agência Lusa Stela António, professora de Demografia e de Introdução à Gerontologia do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade Técnica.
A falta de preparação da sociedade para os idosos está relacionada com “a atitude e valores” face aos mais velhos, mas também com a própria ideia que muitos idosos partilham de que “já não servem para nada”, acrescentou Stela António.

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Mais de um quinto dos idosos em Portugal é pobre 

A taxa de risco de pobreza para a população idosa em Portugal aumentou para 21 por cento, em 2009 comparativamente ao valor registado em 2008 (20,1 por cento), segundo os dados obtidos através do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), realizado no ano passado pelo Instituto Nacional de Estatística.
Em 2009, a população residente em Portugal em risco de pobreza manteve-se nos 17,9 por cento. No caso dos indivíduos com menos de 18 anos, a taxa de risco de pobreza diminuiu de 22,9 por cento em 2008 para 22,4 por cento em 2009
O contributo das transferências sociais na diminuição da taxa de pobreza em 2009 aumentou 6,5 pontos percentuais relativamente a 2008.
Em 2009, a diferença entre o valor do limiar de pobreza e o rendimento monetário mediano dos indivíduos em risco de pobreza relativa (taxa de intensidade da pobreza) diminuiu para 22,7 por cento face ao valor registado no ano de 2008 (23,6 por cento).
A percentagem da população residente em Portugal em privação material severa diminuiu em 2010 (9,0 por cento) face ao ano de 2009 (9,1 por cento).
Este inquérito, realizado anualmente, aferiu através do rendimento das famílias portuguesas a taxa de risco de pobreza. Esta taxa “correspondia à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente inferiores a 5.207 euros em 2009 (cerca de 434 euros por mês) ”, lê-se no documento.
Entre géneros, a taxa de risco de pobreza manteve em 2009 os resultados obtidos no ano precedente. As mulheres registaram 18.4 por cento e os homens, 17,9.
No caso das famílias com crianças dependentes, esta taxa diminuiu de 19,9 por cento no ano de 2008 para 19,1 por cento em 2008.
Os maiores valores da taxa de risco de pobreza verificam-se nos agregados com um adulto que vive sozinho (30,1 por cento), nos agregados com um adulto que vive sozinho com pelo menos uma criança dependente (37,0 por cento) e naqueles compostos por dois adultos com três ou mais crianças (33,2 por cento). A taxa de risco de pobreza mais baixa surge nos agregados com três ou mais adultos sem crianças dependentes.
Em 2009, a população desempregada em risco de pobreza era de 36,4 por cento, bastante superior à população empregada, cujo valor se situou nos 9,7 por cento. No mesmo ano, a taxa de risco de pobreza para a população reformada fixou-se nos 18,5 por cento.
Os resultados do inquérito para os indicadores Europa 2020 revelam que existirão 25,3 por cento de indivíduos em risco de pobreza ou exclusão social no espaço comunitário. A Estratégia Europeia 2020 prevê a diminuição do número de pessoas de risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia em 20 milhões até ao ano de 2020.

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