Irão responde com confirmação da pena de morte por apedrejamento
Infelizmente foi apenas uma breve e ilusória chama de esperança. O Irão confirmou ontem a execução da iraniana Sakineh Ashtiani, depois de a 11 de Julho ter admitido rever o caso, na sequência da contestação internacional, e aceite suspender o seu veredicto «por razões humanitárias».
Segundo a edição de ontem do The New York Times, para aplacar as críticas internacionais e pôr cobro à oposição de vários movimentos de direitos humanos o Irão alterou a acusação contra Sakineh Ashtiani: de adultério para assassinato. Segundo a reportagem, após o Brasil oferecer abrigo a Sakineh, a primeira reação iraniana à oferta do presidente Lula foi dizer que o líder brasileiro está «mal-informado dos detalhes da condenação». Poucas horas depois uma agência de notícias considerada fonte próxima e confiável do governo iraniano divulgava que a mulher fora afinal condenada pelo assassinato do marido, mas que os juízes não haviam fornecido informações à imprensa porque os detalhes da morte «eram excessivamente assustadores».
Mãe de dois filhos, Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento. O tribunal definirá na próxima semana se, em vez disso, ela será antes enforcada. Não cabe recurso.
Informações da ONU e de organizações não-governamentais apontam que, além da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, o Irão mantém pelo menos 24 mulheres e homossexuais no corredor da morte, à espera para serem apedrejados. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, somente este ano o governo do Irão já executou 115 pessoas.
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