Final da Copa do Mundo: hoje «brigam Espanha e Holanda»

Hoje decide-se a final da Copa do Mundo na África do Sul entre a Espanha e a Holanda.
Os comentadores e entendidos na especialidade vêm dissertando sobre o interesse redobrado no resultado final, repetindo tratar-se de uma disputa inédita, esta que pela primeira vez opõe os dois países. Bom, numa final de Copa pode ser que seja, mas olhando a História disputa foi coisa que nunca faltou ao enfrentamento entre estes dois países. Só revisando o tema de raspão ocorreu-me logo aquela época, há um punhado de séculos, em que os dois lutavam por sair vencedores de um mesmo troféu. Só que nesse caso a taça era a Amazônia. Brigaram, brigaram, mas não levaram a melhor: as Terras da 'Lusitânia Feliz' – como primeiro foi baptizada a Amazônia – ficaram com Portugal e com os povos da Nação Brasilis. Foi então que, por esses mesmos meandros em que é pródigo o raciocínio, quem sabe se a propósito ou se a despropósito, dei igualmente comigo a pensar que ainda bem que certas taças não se discutem necessariamente entre quem chega à final. 
Chegada a este ponto, e ante a necessidade de fundamentar a satisfação para evitar vê-la confundida com laudos patrióticos menos conformes à minha matriz, aconteço de tropeçar nuns versos da Leila Diniz (1945 - 1972), que o Zemaria Pinto calhou de providencialmente se lembrar. Suprimindo o minuto necessário a confirmar que é ela sim – a própria! – aqui ao alto, na capa d' O Pasquim (eh.. realmente, o jornalismo brasileiro nunca mais foi o mesmo), passo a vez e voz aos versos:

Brigam Espanha e Holanda
pelos direitos do mar
o mar é das gaivotas
que nele sabem voar

Brigam Espanha e Holanda
pelos direitos do mar

Brigam Espanha e Holanda
porque não sabem que o mar
é de quem o sabe amar