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Rolling Stone's All-Time Greats : Rolling Stone

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Bossa filandesa

A banda Maria Gasolina esquenta Helsinki com suas versões de samba, tropicalismo e MPB
02.12.2009 | Texto por Guilherme Werneck Fotos Divulgação
 

Timo Wright/Divulgação
Existe uma esquina em Helsinki, próxima ao bairro do design, uma espécie de Jardins finlandês, com quatro pequenas grandes lojas de discos. Cada uma com sua especialidade. Estava na cidade para assistir a um fórum sobre o futuro da mobilidade, em num fim de tarde livre, no meu último dia na capital finlandesa, me deixei ficar algumas horas imóvel entre discos.

Nesse dia gelado e cheio de névoa na Finlândia, resolvi parar para me esquentar numa das melhores lojas de reggae e dub do mundo. Paraíso para quem gosta das ondas gordas do baixo, a Eronen é pequenina em tamanho e enorme no acervo. Tem CDs por lá, mas sua alma está nas prateleiras repletas de vinis novos e usados, de reggae, jazz, salsa e música brasileira.




Divulgação
A loja de discos Eronen, em Helsinki
A loja de discos Eronen, em Helsinki


 

Depois de fuçar um pouco, comecei a conversar com o dono da loja. Pekka Eronen é um viciado em reggae que sabe tudo do estilo. Para minha surpresa, ele já esteve algumas vezes em São Luis, no Maranhão, para conhecer a cena de reggae local.
Como tenho uma regra de só comprar discos de artistas locais sempre que viajo para um país que não conheço, fiquei conversando com Pekka sobre reggae finlandês, ouvindo vários discos e separando alguns para trazer aqui para o Brasil. Quase no fim de nossa conversa, ele aparece com um compacto simples, daqueles de sete polegadas, de uma banda que toca música brasileira em finlandês. Pedi para ouvir e ele disse que eu teria de levar o disco, escutar no Brasil. Topei.
Não precisa dizer que o compacto com "Kapuusamba" - versão da banda para "Saudade Fez um Samba", do Carlos Lyra - de um lado e "Buribai", do Capitão América, do outro, foi revelador. Na mesma hora, fui atrás dos discos da banda, Se Jokin (2006) e Mä Olen Sun (2008) e, logo depois de ouvir e aprender um pouco da história do grupo, resolvi falar com eles.

Reprodução
Compacto Kaipuusamba
Compacto Kaipuusamba
A figura central do Maria Gasolina é Lissu Lehtimaja. Uma garota que descobriu a música brasileira ao morar no país adolescente, como aluna de intercâmbio. São dela as versões que a banda faz para músicas de Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Caetano Veloso, Paralamas do Sucesso, Marcelo Camelo, só para citar alguns dos artistas brasileiros que tiveram suas músicas vertidas para o finlandês (Dá para ver as letras em finlandês no site da banda).
A partir desse primeiro contato com a música brasileira, Lissu passou a fazer suas versões e formou a banda, que hoje conta com ela (voz e trompete), Taneli Bruun (sax tenor e vocais), Kalle Jokinen (violão), Mikko Neimo (bateria), Matti Pekonen (baixo), Essi Pelkonen (sax alto), Aarne Riikonen (percussão) e Sanni Verkasalo (flauta e vocais).
Para destrinchar a história do Maria Gasolina, a bati um papo com Lassu por e-mail, em bom português, mas com um certo sotaque finlandês, claro.
Para começar, como vocês se conheceram?
Quando formei a primeira versão da banda, convidei uns colegas do colegial tocar comigo, mais uns vizinhos e velhos amigos, aí o resto veio através deles, amigos de infância etc.
De onde veio a paixão por música brasileira?
Eu fiz intercâmbio no Brasil em 1993-1994. Morava numa família brasileira e frequentava um colegial local. Além de aprender a língua portuguesa, fiquei conhecendo um pouquinho da cultura brasileira. E, é claro, com apenas 16 anos de idade, não fui uma super antropóloga ativa em todas as dimensões da sociedade brasileira, mas tinha um grande interesse pela música popular. Gravava fitas dos discos dos pais dos meus amigos e curtia muito a onda do tropicalismo, MPB, essas coisas.

"Às vezes parece que eu conheço a versão original da música tão bem de coração que acabo cantando palavras da língua finlandesa no ritmo da pronúncia brasileira sem perceber."
Uma coisa interessante é que vocês fazem versões do português para o finlandês. É muito difícil encaixar a prosódia da canção brasileira na sua língua natal?
Pois é, a língua finlandesa é bem diferente, as palavras são extremamente compridas. Em vez de preposições, nós colocamos mais e mais extensões no fim da palavra. Não tem artigos, não tem nem feminino nem masculino. A ordem das palavras dentro da frase é diferente... Que mais? Às vezes, independentemente do significado original de uma palavra, ela pode causar uma associação completamente diferente para o ouvinte. Ou pode ser que a palavra mais linda tenha um som feio em outra língua. E o que faz mais diferença quando você canta: o peso da palavra é sempre na primeira sílaba. Às vezes parece que eu conheço a versão original da música tão bem de cor que acabo cantando palavras finlandesas no ritmo da pronúncia brasileira sem perceber. Mas às vezes eu também mudo o ritmo da melodia um pouquinho pra encaixar melhor com a tradução finlandesa, depende. Antes disso procuro bem o vocabulário finlandês para achar algum jeito de passar a frase naturalmente no mesmo ritmo. Tem tantos fatores pra pensar quando se faz uma tradução. Mas como para mim a letra é mais importante, então eu até mudo a melodia ou o ritmo um pouquinho para eles encaixarem nas letras.
Mas é claro, às vezes a letra também tem que criar um compromisso. Uma canção é como se fosse um casamento de letra e música, os dois têm que dar mão para fazer um belo compromisso. Tem que valorizar e repensar qual é o fator, em cada música, que a faz ser como é. Entendeu? Tipo, tem algumas músicas onde o ambiente da letra é a coisa mais importante. Em outras é um certo ritmo das rimas, ou o jogo de palavras, ou o som da palavra, ou os detalhes, certas escolhas de palavra... É bem variado. E cada vez você tenho de pensar em qual é a coisa da qual eu não abro a mão nessa música. Mas tento ser tão fiel quanto possível com o texto original.
Quantos de vocês falam português?
Eu sou a única fluente. A Sanni, que toca flauta, deve saber um pouquinho porque ela fez capoeira. O saxofonista Taneli ficou meio ano no Rio e parece entende razoavemente bem, mas na verdade não sei o quanto ele fala.

"Tocam bossa em Sampa também e lá não tem praia [risos]"
Têm planos de vir ao Brasil?
É claro seria legal demais levar essa banda pro Brasil! Mas é meio complicado, é bem longe e bem caro, nós temos oito integrantes na banda e equipamento pesado... E não temos um selo grande por trás. Aliás, a gente se recusou a trabalhar para os outros. Então, quando começávamos as gravações do nosso segundo disco, fundamos a nossa própria empresa para produzir e lançar os nossos discos, tomar conta de faturas e impostos etc, etc. Por isso nossos recursos são bem modestos para planejar turnês... Mesmo assim já começamos a negociar a possibilidade de ir pro Brasil. Espero que dê tudo certo!
Maria gasolina é uma expressão para entendidos. Quem descobriu e como?
Foi tipo uma das primeiras palavras que aprendi em português [risos]... Eu tinha 16 anos e eles me ensinavam muita gíria pra bater papo com a galera.
Aliás, existem maria-gasolinas na Finlândia?
[Risos] Não sei qual é a importância de ter um carro lá em cima onde tem tipo um habitante por cada 100 kilômetros... mas pelo menos aqui em Helsinki tem uma infrastrutura de transporte público tão legal que não é necessário ter um carro. A maioria dos meus companheiros nessa banda andam só de bicicleta e não são a favor de carros privados por razões ambientais. Nós escolhemos esse nome para a banda porque tinha que escolher um nome pra botar na capa de uma gravação, em que tinha uma versão meio punk do "Carro Velho", da Ivete Sangalo. De repente eu pensei nessa gíria e nós achamos um nome engraçado. Os finlandeses, claro, não souberam o que significava, mas era fácil de pronunciar, escrever e lembrar. E tinha um som exótico e humorístico até no ouvido finlandês. Muita gente aqui não entende que é o nome da banda, acham que meu nome mesmo... Às vezes vêm perguntar se eu sou a Maria Gasolina. A própria mesmo, hein? [risos]. Bom, tenho que admitir que tenho uma certa admiração por carros velhos, tipo fusquinhas e tal... E dirigia um Lada soviético 1200 L de 1979 mas acabei de vendê-lo e resolvi arrumar a minha bicicleta!
Como é fazer bossa e MPB com tão pouco sol na praia?
Tocam bossa em Sampa também e lá não tem praia [risos]. Falando sério, estilos musicais têm certas características culturais, mas atrás desses detalhes mais superficiais o que sobra são as emoções e essas coisas são universais. Pessoas riem, amam, sofrem e temem por todos os lado do planeta. Estou mais interessada em procurar as semelhanças do que as diferenças para criar entendimento entre pessoas de culturas diferentes. E falando sobre sol, não se esqueça que de verão aqui tem mais de 20 horas de sol por dia. E durante inverno é tão escuro que é bom ter gravado um pouquinho de sol num disco...
O som do Maria Gasolina é bem eclético, não fica só nos clássicos da bossa, toca de Carlos Lyra a Jorge Ben, passando por Novos Baianos.
Quem são seus artistas brasileiros preferidos?
É impossível dizer. Eu gosto de coisas bem variadas. Como já falei, tenho muita história em curtir os vanguardistas dos anos 70. Todos os tropicalistas, Tim Maia, Elis Regina, Raul Seixas, Secos e Molhados etc. etc Além deles, gosto de coisas dos anos 80 como do Blitz ou Legião urbana. E eu vejo o electro moderno como uma lógica continuidade desses. Isso seria o CSS, Bonde do Rolê ou Jumbo Elektro. Mas sou tão velha já que escuto até os velhos bambas como Elizete Cardoso, Noriel Vilela ou Noel Rosa.
A Finlândia tem uma tradição de jazz fortíssima, que vem dos anos 60 e 70, isso também contamina o Maria Gasolina?
O Aarne, que toca percussão na banda, vive escutando essas.
Além de coisas do Brasil, vocês tocam de Lily Allen a Femi Kuti. Qual é o próximo passo?
Há há! Umas coisas novas que entraram no nosso repertório esse ano, e que nos inspiraram muito, foram música malgasche do Erick Manana [malgasche quer dizer que vem de Madagascar] e post-punk glam-pop francês dos anos 80, Les Rita Mitsouko... Gostei!

"Durante inverno é tão escuro que é bom ter gravado um pouquinho de sol num disco..."
Como a música de vocês é recebida na Finlândia?
Bem. Não sei exatalmente porque mas, por alguma razão, nos nossos shows nem parece que é o mesmo povo que é caracterizado como tímido e rígido. Será porque nós dentro da nossa banda nos divertimos tanto tocando juntos? Ou será que o público já está bébado quando começamos? Ou será que é a alegria da música brasileira [que com um arranjo meio finlandês fica menos estranho para eles dançarem]? Ou será que a nossa banda ganhou fama de animar o povo tanto que eles já vêm decididos a enlouquecer e dançar feito malucos e nem iam perceber se fosse outra banda no palco? [risos] Sei lá, talvez seja uma combinação dessas razões.  Mas tenho que admitir que é impressionante como eles ficam liberados.

Ouça abaixo em streaming "Kaipuusamba", com Maria Gasolina:



  via Trip

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Novo disco de Otto após anos de inferno

Incensado pelo New York Times, Otto ressurge e lança disco depois de um inferno pessoal
11.11.2009 | Texto por Bruno Torturra Nogueira Fotos Nelson Mello
 
Cinco anos sem disco, um casamento desfeito e muita zoeira na cachola depois, Otto ressurge, incensado pelo New York Times. Em uma iniciativa mais Brasil, levamos o pernambucano pra dar uma de camelô no centrão de São Paulo e deciframos a nova fase de sua vida e carreira
 
Nelson Mello







 






Em fase de orgulhosa independência, Otto arma a barraca e vende seu peixe no centro de São Paulo. Tudo cena para a Trip, vá lá. Mas o povo, ignaro da farsa, caiu nas graças do compositor/camelô. O disco vai para as lojas brasileiras, de verdade, este mês, lançado pela Arterial Music.
Depois de lançar seu último disco, o Sem gravidade, Otto foi ficando meio... sem chão. “Tinha hora que eu sentia como se eu não existisse”, diz, meio que explicando o que se passava em sua povoada cabeça em parte dos últimos cinco anos. Tempos em que se viu sem gravadora, sem uma agenda de shows, sem espaço na imprensa. Cinco anos que levou para terminar um disco, seu primeiro independente. Foi o fim da sua terceira década de vida, que culminou também com o fim do casamento com a atriz Alessandra Negrini. Otto, que nunca foi um primor de calma e equilíbrio, entrou oficialmente em crise. “Doeu muito ficar sem trabalhar, ver a família separada. Olha, me afundei, me destruí muito, rapaz. E chegou uma hora que eu tinha meus amigos maravilhosos, mas ninguém pra ouvir”, desabafa enquanto toma um café com leite e mistura ideias e imagens, como é de seu costume na vida e na arte.


Nelson Mello
Em fase de orgulhosa independência, Otto arma a barraca e vende seu peixe no centro de São Paulo. Tudo cena para a Trip, vá lá. Mas o povo, ignaro da farsa, caiu nas graças do compositor/camelô. O disco vai para as lojas brasileiras, de verdade, este


Deu no New York Times
Caos existencial, sim. Mas nada que a primeira página do maior jornal do mundo não resolva... A entrevista que ele concede à Trip é a primeira para a imprensa brasileira em muito tempo. “Estou destreinado com jornalistas”, se justifica, enquanto busca palavras para definir como anda sua vida espiritual depois do limbo artístico onde vagou. Mas, há alguns meses, deu a entrevista mais importante de sua carreira. Seu disco, o longamente gestado Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, caiu nos ouvidos do selo americano Waxpoetics, que o lançou no meio do ano, apenas nos EUA. A ocasião moveu Larry Rother, o célebre ex-correspondente do New York Times no Brasil, que conversou e fez um perfil de Otto para a primeira página do caderno de cultura do megapoderoso jornal. Pronto.O elogioso texto fez com que Otto fosse descoberto por uma massa gringa. O álbum tornou-se em questão de dias bem resenhado, comentado e devidamente baixado pela internet. CNN, Starbucks e iTunes destacaram nosso patrício em seus playlists. E a tempestuosa condição emocional de Otto recebeu ventos mais tranquilos. Sua carreira de praticamente 20 anos está ganhando um silencioso embalo que promete colocá-lo em uma posição a que todo o hype da “nova MPB” da gravadora Trama falhou em alçá-lo.
Acontece que sucesso, neste fim de década, certamente tem novos contornos. A mesma onda que abalou a Trama e tantas outras gravadoras, a mesma onda que baixou o orçamento de clipes e reduziu os contracheques de tantos músicos, agora é a mesma que empurra Otto para uma praia muito mais adequada a seu espírito solto, sem carão, pernambucanamente fuleiro. “Deus hoje é digital”, reza Otto. Depois do arcaico New York Times, é na rede que seu disco ganha terreno e, na prática, colocou sua carreira na mesma condição que sua música está há muitos anos: fluida, sem regras, cheia de ecos e nenhuma possibilidade de um rótulo. Aos 41 anos, Otto é mais contemporâneo do que nunca. E seu torrencial Deus de bits começa a operar seus milagres também na cabeça do instável Otto dos últimos anos: “Estou vendo que depois de muito tempo conquistei mesmo uma independência, sem gravadora, sem diretor de clipe, trabalhando na base da amizade. Parece que só agora me sinto em um lugar que é meu mesmo”.

“A gente vive em um mundo new brega, onde você circula em tudo, compra tudo, veste qualquer coisa. é isso que o Brasil é, e que o mundo está tentando ser”
Bordoadas profundas
Certa manhã acordei de sonhos intranquilos é o primeiro disco independente de Otto e também seu mais sério. Dá para sentir em cada letra e arranjo o dedo da tristeza e da sensação de perda que Otto viveu como artista (e marido?) nos anos em que o gravou. Odeio o adjetivo para falar de arte, mas nesse caso faz sentido: é um disco mais maduro... não porque entrega serenidade ou equilíbrio, mas porque transparece os calos e a voz de quem tomou bordoadas profundas. Produção dele e de Pupilo, o baterista da Nação Zumbi. Arte de Tunga. Coisa fina.
Foi tal fineza que Otto levou ao centro de São Paulo, a pedido da Trip, para posar de camelô de seu próprio CD. Lá qualquer sensação de ostracismo midiático que pode ter sofrido se desfaz. Menos de dez minutos parado na frente da Praça da República o povo cola em massa. Uns conhecem Otto, outros gostam da capa, a maioria pergunta quanto custa a bolachinha. Não está à venda. Apenas dublês de disco para a foto. Algo que Otto teve que explicar uma última vez para a polícia que, no fim da sessão, mandou desarmar a barraca. “Te conheço da TV, mas não pode vender mesmo assim...”, explica um gentil guarda dentro da viatura.

Nelson Mello
Talvez dessa falta de cerimônia em praça pública Otto sinta falta. Por conta de um tour pelos EUA, onde sua carreira decolou novamente, Otto sente que seu caminho pode estar lá. Pensa em se jogar para Nova York depois do lançamento do disco aqui no Brasil. “Tenho uma certeza forte sobre mim. Mesmo quando me sentia por baixo, sempre fui arrogante demais para me sentir fracassado. Quero meu espaço, ser reconhecido, sou artista, porra.”

“Tenho dez anos para ter um conforto pessoal. Mas nunca, nunca pensei em mercado, em vender disco"
Arrogância e sucesso na América à parte, Otto não se diz recuperado do personal inferno. “O dia está amanhecendo agora”, explica com ar tranquilo, muito menos disperso e caótico do que o do passado, quando o entrevistei outras vezes. “Morri pra nascer de novo”, segue com as metáforas, mas com ideias concretas do que espera do futuro. “Tenho dez anos para ter um conforto pessoal. Mas nunca, nunca pensei em mercado, em vender disco. Mas agora é uma fase em que vou ter que me firmar de verdade.”
Mas não é a carga emocional, ou o vislumbre do pé de meia, que vai vender o petardo, lotar shows e lhe dar o dinheiro para chegar aos 50 sem os perrengues financeiros que ainda vive no começo dos 40. O que dá a sensação de que Otto “agora vai”, curiosamente, são as mesmas razões que estão fazendo do Brasil uma unânime promessa para o futuro próximo. Tão próximo que a sensação geral é a de que o futuro chegou. É Otto quem, no meio de um desabafo, enumera motivos. “A gente vive num mundo new brega, onde você circula em tudo, compra tudo, veste qualquer coisa. É menino com cara de deprimido tocando Roberto Carlos, você pode ser Odair José e metaleiro. E é isso que o Brasil é, mais aberto a mudanças, é o que o mundo está tentando, está aprendendo a ser.”


Nelson Mello
Em fase de orgulhosa independência, Otto arma a barraca e vende seu peixe no centro de São Paulo. Tudo cena para a Trip, vá lá. Mas o povo, ignaro da farsa, caiu nas graças do


Nelson Mello




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15 grandes álbuns que completam 15 anos

15 allbuns - 15 anos
15 allbuns - 15 anos

15anos3

O tempo passa... uma triologia para ler:

Quando eu era adolescente jamais imaginaria que um dia iria começar uma conversa com “há 15 anos atras eu…” afinal, 15 anos parece muito tempo. E é. Basta ver o numero de coisas que aconteceram de 1994 pra cá. Talvez, algumas das pessoas que estejam lendo isso nem eram nascidas ou ainda não sabiam sequer fazer conta com doi digitos.
Eu, há 15 anos, era uma adolescente de 18. Nem fazia idéia que estava sendo testemunha ocular de momentos realmente historicos pra a já conturbada história da música. Apenas hoje, em 2009, consigo ver o quão importantes foram alguns lançamentos que, ao meu bel prazer e preferencia faço questao de destacar. A lista que idealizei é composta de 15 clássico, mas para evitar aqueles posts sem fim, decidi dividir em três partes. Eis a primeira:

1.Unplugged in New York -Nirvana

Unplugged in New York - Nirvana - 1994
Data de lançamento: 1º de novembro de 1994
Hits: por ser uma compilação, praticamente todas as músicas do álbum já eram conhecidas, embora houvessem diversos covers que, posteriormente, se transformaram em arroz-de-festa das paradas de sucesso como, por exemplo, Where did you sleep last night.
Porque ele é histórico: Só o título já responde a pergunta: O ícone grunge de Seattle faz um show acústico para a MTV em Nova Iorque. Algo surreal até mesmo para quem organizou a parada. Segundo Alex Colleti, um dos participantes da produção do Unplugged, era um sonho fazer algo deste tipo com Kurt. Para isso era necessário dar um telefonema e saber se o cara topava ou não. Para o espanto de todos ele topou sem muita resistência. Certamente um dos álbuns mais marcantes da galeria Unplugged MTV. Foi gravado em 18 de novembro de 1993 ou seja, cinco meses antes Kurt de cometer o suicidio.



2. Superuknown – Soundgarden

Superunknown - Soungarden
Data de lançamento: 8 de março de 1994
Hits: Black Hole Sun, Spoonman, Fell on Black Days, Superunknown, My wave e The day I tried to live.
Porque ele é histórico: Soundgarden era uma banda que existia desde 1984. Com um som pesado e que não se encaixava nos modelos comerciais, o bando liderado por Chris Cornell fazia seu som. No inicio dos anos 90 o planeta percebeu que, em Seattle, uma cena musical muito interessante estava se formando e o Soundgarden fazia parte dele. Porém foi com o lançamento do super premiado Superunknown que a banda foi catapultada para o mundo. A Soundgarden durou até 1997 e 12 anos depois há rumores de uma possivel volta, embora, Chris Cornell transfira essa possibilidade para apenas alguns lançamentos em comemoração ao baita legado da banda.

3. Voodoo Lounge – Rolling Stones

Voodoo Lounge
Data de lançamento: 11 de julho de 1994
Hits: Love Strong, You Got me rocking, Out of tears e I go wild.
Porque ele é histórico: Porque é o primeiro álbum de estúdio dos Rolling Stones da década de 90, além de ser o primeiro sem o baixista Bill Wyman que debandou em meados de 1992. Quando foi lançado, saiu do forno direto para o primeiro lugar da parada britânica, feito não alacnaçado pelo grupo desde 1980.

4. Crossroad – Bon Jovi

crossrad bon jovi - 1994
Data de lançamento: 18 de outubro de 1994
Hits: todos. Incluindo as inéditas Always e Someday I’ll be saturday night. A coletânea trazia ainda Blaze of Glory, do trabalho solo de Jon Bon Jovi e a versão acústica para Living on a prayer chamada Prayer ‘94.
Porque ele é histórico: A Bon Jovi era uma baita banda de hard rock farofa em meados dos anos 80. Altas tours, alta grana e alto sucesso. Lá pelas tantas, no final da década, decidiram dar um tempo. Os integrantes trabalharam em projetos solos e ninguém sabia se iriam voltar ou não. Mas em 1992 a banda volta com o álbum Keep The Faith, mais forte do que nunca. Dois anos depois, lançam a coletânea CrossRoads, primeira e até o momento, única coletânea oficial a banda. Um sucesso que reafirmou o quanto eles estavam a fim de passar a década fazendo o que sabiam. Foi nesta mesma época que a Bon Jovi mexeu em sua clássica formação: sai Alec Such e entra Hugh Mcdonald no baixo.

5. Grace – Jeff Buckley

Jeff Buckley - Grace
Data de lançamento: 23 de agosto de 1994
Hits: Hallelujah, Last Goodbye, Grace, So real, Eternal life
Porque ele é historico: porque é o único álbum lançado por um cara que, com apenas um disco, se tornou em um dos músicos mais geniais e reconhecidos da história da música. Uma carreira que durou pouco tempo já que em maio de 1997 seu corpo foi encontrado nas margens de um rio de Nova Iorque. Considerado um dos melhores álbuns da história da música, o lançamento fez de Buckley um mito cultuado até os dias de hoje, sobretudo na Europa e Estados Unidos. E fez de Grace um álbum cult. Tanto que os seus 15 anos está sendo comemorado com o lançamento de dois box especias, Grace around the world. Recomendo fortemente.

Depois de 30 segundos de comercial sem noção, o clipe.
via Hit Na Rede

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